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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Município-cidade – o futuro é presente


(in Diário de Aveiro, 2018.09.28)

M. Oliveira de Sousa
O contexto atual (novo ano académico, escolar,… este calendário convencionado como início de um novo ciclo pós-férias) suscita permanente reflexão sobre a agenda para Aveiro; um conjunto de reflexões que possam refundar o conceito de Aveiro; Aveiro, um Município-cidade. Tem tudo para o ser.
Às correntes clássicas sobre fundação da cidade (a vertente racionalista assente nas estratégias de defesa, controle e rotas de comércio, salubridade e recursos naturais; e a perspetiva antropológica com argumentos ritualistas e sacros) aponta-se hoje o tema da recomposição: entre a cidade e a natureza, os cidadãos e as suas instituições, o sagrado e o laico, e entre os próprios cidadãos. Esta vertente contribui para a chave de leitura no estabelecimento da cidade como o grande lugar da experiência do humano como ser civilizado, culto, corresponsável pelo bem comum, a parte inalienável da nossa cultura.
Aveiro tem dimensão, escala e recursos (naturais e introduzidos pela ação humana) para ser uma referência nacional e internacional. Um Município reconhecido pela qualidade de vida que proporciona, pela capacidade de criar e inovar, pela coesão socio-económica que gera desenvolvimento sustentável, por ser o local onde muitos gostariam de viver.
A qualidade de vida e sustentabilidade sentir-se-á na qualidade do espaço público, considerando o reforço das marcas simbólicas da cidade e do Município (Ria, fachadas, praças, espaços verdes, zonas lagunares, tipologia de habitação); fortalecimento das marcas simbólicas de outros espaços do Município (orla marítima, Baixo Vouga lagunar, pequenos centros urbanos nas freguesias e espaços rurais e florestais); reabilitação do edificado visando o desenvolvimento de conceitos arquitetónicos que combinem materiais tradicionais com o potencial que a inovação tecnológica proporciona; oferta de serviços de qualidade (melhoria dos serviços públicos; agilização do apoio à oferta privada; saúde, considerando as alterações demográficas em curso; educação para todos os níveis de ensino visando uma formação multidisciplinar com a flexibilização da gestão curricular; desporto e lazer: instrumentos imprescindíveis de qualidade de vida dos Aveirenses, de atração turística de afirmação de Aveiro no espaço internacional); mobilidade: colocar as tecnologias da informação, comunicação e eletrónica (TICE) ao serviço de uma mobilidade mais sustentável, promovendo o desenvolvimento de redes inteligentes de transporte público e modos suaves, e aproveitando a orografia para transformar o Município no centro de referência nacional.
Os novos “inputs” para a inovação cultural e tecnológica traduzir-se-ão no aproveitamento dos recursos e conhecimento da Universidade para transformar a cidade num centro de referência de expressões, artes plásticas, música,  artes performativas; o benefício dos recursos do ensino superior e parques de ciência e inovação de diversas entidades  da região para desenvolver o Município como um centro de criação de tecnologia e de suporte à inovação do tecido empresarial, economia verde criativa e social, mobilidade, comércio, habitação (a domótica, por exemplo).
As dimensões apresentadas propiciam a Aveiro natural aspiração a ser um Município onde os seus habitantes gostem de viver e um polo de atração para fixar jovens qualificados, famílias, novos empreendedores.
Contudo, são necessárias políticas públicas locais de cooperação, de proximidade com todos, de participação de todos (inclusão), garantir a escala, o equilíbrio dos setores, redes (todas as “conexões”, de Nariz a São Jacinto). Um Município-cidade é o futuro que queremos já presente.


M. Oliveira de Sousa
Presidente do PS-Aveiro e vereador na Câmara Municipal de Aveiro

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