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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Isolados por todos os lados

  M Oliveira de Sousa

Há bem perto de nós, no nosso concelho, ausência de meios para sair à procura de recursos elementares para o desenvolvimento! Coisas simples, sem custos para o erário público, são estagnadas por incúria, falta de visão ou, desejamos que não, deliberadamente. Estão nesta lista (de coisas simples), sendo bastante plebaico, a realidade plasmada num horário de serviços – sim, o papel ou suporte digital onde está publicitado um determinado, qualquer que seja, horário!

A funcionalidade (um serviço intermodal, por exemplo; um blogue!) e a conceção intuitiva de leitura são determinantes para se perceber o que existe e onde as pessoas podem obter o serviço (mínimo) que procuram: transportes, serviços de saúde, serviços judiciais,… Por enquanto, nota-se confuso, difuso, disperso, ausente!

Estamos quase como alguns países, que face aos índices de desenvolvimento segundo modelos estereotipados, considerados pobres: vá para lá (paragem do autocarro, posto médico,…) e espere! O atendimento? Logo se vê!

Ora, isto é o cúmulo do atraso. Pára tudo, por nada!

Há pouco tempo numa conferência sobre redes (falava-se de caminhos de ferro, mas os assuntos foram alargados para outras convencionais e digitais, mas sobretudo convencionais) discutia-se enfatizando consensualmente a existência e desempenho destas como principais infraestruturas para o desenvolvimento das pessoas, dos povos, das comunidades. É claro que o uso do termo redes, tão globalizado, quer significar as interligações que se encadeiam em imensas teias sucedâneas e dependentes.

Não se esgotou o assunto em exemplos porque os participantes partiam da mesma premissa: estar no mundo é estar ligado; o isolamento é a ausência de ligações. Há até expressões que são tautologias como, por exemplo, vias de comunicação (fluvial, rodoviárias, ferroviárias, aéreas,…)!

Protagonizam, desde logo os autores clássicos da Sociologia (Karl Marx, Max Weber, Émile Durkheim): o homem é um ser social. Somos sociais não apenas porque dependemos de outros para viver, mas porque os outros influenciam a maneira como convivemos connosco próprios, com aquilo que fazemos.

Se estivermos de acordo nisto, já demos passos enormes para sair do isolamento e dar consistência ao desenvolvimento da humanidade – aqui tão próxima!

Às vezes, havendo competência, basta que um pare um pouco (para pensar e (re)definir a visão das coisas) para que tudo funcione!


(in Correio do Vouga, 2015.11.11)


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