Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Uma nova solidariedade

 

Por muito que insista não ser possível, essencialmente devido ao lado negro da humanidade que cada um transporta, ainda há – cada vez mais, deseja-se e faz-se muito por isso! – quem acredite que o caos não triunfará. Por muito que se afirme não, é preciso dizer sim. E dizer sim participando, indo para a linha da frente para que se consiga mudar!

O caso recente das palavras da chanceler Merkel sobre os culpados da austeridade revelam o esses lados sombrios que danificam a confiança uns nos outros, não só pelo conteúdo mas também pela forma. Será possível dissociar responsabilidades nos decisores que nos têm governado e governam sobre os problemas que deveriam ser resolvidos em comum?!

Um exemplo que alimenta a esperança:

Para criar novas formas de solidariedade, não terá chegado a hora de desobstruir ainda mais as fontes da confiança?

Nenhum ser humano nem nenhuma sociedade podem viver sem confiança. As feridas de uma confiança traída deixam marcas profundas.

A confiança não é uma ingenuidade cega nem é uma palavra fácil, mas provém de uma escolha e é fruto de um combate interior. Todos os dias somos chamados a refazer o caminho que vai da inquietude à confiança.

Confiança entre os homens. Abrir caminhos de confiança responde a uma urgência: apesar de as comunicações serem cada vez mais fáceis, as nossas sociedades humanas permanecem compartimentadas e fragmentadas.

Há muros não apenas entre povos e continentes, mas também muito perto de nós e até dentro do coração humano. Pensemos nos preconceitos entre povos diferentes. Pensemos nos imigrantes, tão perto e todavia frequentemente tão distantes. Entre religiões permanece uma

ignorância recíproca e os próprios cristãos estão separados em múltiplas confissões.

A paz mundial começa nos nossos corações.

Para darmos início a uma expressão de solidariedade, vamos ao encontro dos outros, mesmo que por vezes estejamos de mãos vazias, escutemos, tentemos compreender aqueles que não pensam como nós... e uma situação bloqueada pode assim transformar-se.

Procuremos permanecer atentos aos mais fracos, àqueles que não encontram trabalho... A nossa atenção aos mais pobres pode expressar-se através de um compromisso social. A um nível mais profundo, esta atenção significa uma abertura em relação a todos: os nossos próximos são também, em certo sentido, pobres que precisam de nós.

Perante a pobreza e a injustiça, algumas pessoas revoltam-se ou sentem mesmo a tentação da violência cega. A violência não pode ser uma forma de mudar as sociedades. Contudo, precisamos de escutar os jovens que expressam a sua indignação para tentar compreender as suas motivações essenciais.

O impulso para uma nova solidariedade alimenta-se de convicções enraizadas: a necessidade da partilha é uma delas.

É um imperativo que pode unir os crentes de diferentes religiões e também os crentes e os não crentes (Irmão Alois de Taizé).

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