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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Demonização e volatilização

 

Andamos um pouco atónitos com a vida na terra. Quase tudo pode ser fonte de tensão. Será pela força das coisas ou pela sobreposição de interesses divergentes? Os acontecimentos, as reações e as afirmações impelem-nos a ver o mundo pela pluralidade diversificante! Isto é, existe diversidade se a priori houver uma cultural de pluralidade, não um choque de vaidades e egocentrismos.

O mundo não é a preto e branco! Ainda bem. É preciso continuar a afirmá-lo repetidamente para que haja harmonização.

Há muitas cores. Cada um vai manifestando o apreço pela estética, funcionalidade e harmonia do que rodeia o espaço e as suas envolventes com cadências e perspetivas que é difícil padronizar. Somos todos tão diferentes!

O interesse efetivo (em oposição ao que pejorativamente se intitula de teórico, abstrato, superficial) por uma determinada circunstância ou substância, estamos em crer, está alicerçado na proximidade, no que nos toca mesmo! Quanto maior for a proximidade com o que acontece mais interesse depositamos nisso.

Podemos apreciar e discorrer muito sobre a vida numa outra galáxia mas isso verdadeiramente só se torna autenticamente importante se trouxer alterações à vida na terra. Lá longe, nessa suposta galáxia, pode haver chuvas ácidas, vulcões, glaciares, nuvens tóxicas que devastam tudo; pouco importa efetivamente. Porém, se isso trouxer alterações ao dia-a-dia, se for uma ameaça (boa ou má), então já preocupa.

Ainda há dias andávamos "apavorados" com os demónios à solta pela Guerra da Síria, que continua mas fingimos não saber; ficámos horrorizados com os acontecimentos de Paris; condenamos até à loucura o que chega do autoproclamado estado islâmico; já pouco sabemos do que vai pela Ucrânia dentro mas estamos contra a Rússia porque os bons, pelo menos nos filmes de Hollywood, são os Americanos;… volatilidades! Isso tem importância relativa, está longe mesmo sendo perto!

Enquanto a China compra o mundo, o que vai gerar uma nova ordem mundial com particularidades culturais sino-asiáticas, notórias nas leis laborais que querem, os “mercados” (isto é, os senhores do dinheiro), implantarem para o maior lucro possível, o que importa é saber o que vai acontecer à Grécia e a esses “malvados” democraticamente eleitos pelo demo (povo) grego! Mas apesar disso, o que acontecer à Grécia só interessa verdadeiramente pelo que nos atingir. O que for bom para a Grécia também tem de o ser para nós, o que for mau para os gregos é lá com eles, que o resolvam, desde que não afetem o que temos por mais sagrado: o euro e nós! Nós! Cada um de maneira particular e o casulo fantástico da liberdade, sobretudo a liberdade de expressão, qual caixa de pandora que depois de aberta entra numa espiral de beligeração contagiante que inevitavelmente termina da demonização do outro. Tornou-se célebre, na XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago do Chile, no final de 2007, a expressão-desabafo do rei Juan Carlos de Espanha ao presidente venezuelano, o falecido Hugo Chávez, “por qué no te callas? Motivo para isto? As constantes interrupções do presidente Hugo Chávez durante a resposta do primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, em defesa do ex-primeiro-ministro José María Aznar, o qual Chávez criticou duramente devido ao suposto apoio deste ao fracassado golpe de estado contra o presidente venezuelano em 2002. Este é o exemplo caricato dos direitos de expressão: vale até à exaustão ou aos “argumentos” menos elaborados e mais contundentes!

É tudo tão volátil que por mais que se insista na iminência da revolta pela força o que está aí é uma revolução ideológica! E se a força dos argumentos não for refletida e contida, passar-se-á aos argumentos da força! Nada de novo, portanto!

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