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terça-feira, 15 de julho de 2014

Lições de um Mundial: até parece que há vida!

 

A concluir a vigésima edição do campeonato do mundo de futebol entre seleções ou Taça do Mundo FIFA, genericamente designado por “Mundial de Futebol”, depreendem-se dados (curiosidades, porventura) já clássicos e emergem outros que ajudarão a redimensionar a compreensão do fenómeno futebol. O futebol nesta grandeza é algo que supera muitos modelos orgânicos e organizacionais, quase que se pode afirmar, com pouca margem de erro mas, com toda a certeza, abrindo espaço à discordância e exposição crítica, não há nada que se assemelhe a nível planetário.

O jogo em si mesmo não tem nada de especial. Vinte e dois indivíduos a correr atrás de uma bola, chutando-a de um lado para o outro, através de pequenas habilidades pessoais e combinações prévias ou fortuitas, com o objetivo de a fazer ultrapassar e evitar que ultrapasse uma determinada linha delimitada na sua extensão e altura. Lá pelo meio e à volta seguem os juízes. Têm um papel secundaríssimo para o jogo em si mas podem mudar a história de um momento para o outro sem que nada lhes aconteça (a não ser ficar na história por motivos pouco abonatórios).

Então, o que faz isto extraordinário?

Desde o início do futebol, o que se mantém, nota-se e amplia-se a escalada da projeção emocional sobre cada pormenor, sobre cada movimento, elevada à superação de cada interveniente e do coletivo sobre o antagonista. Ou seja, há algo de primitivo na glorificação que o humano concede a si próprio na criação de adversidades e adversários para os poder vencer e gloriar-se! (Os grandes felinos – também - preferem caçar as vítimas em corrida!?)

Depois veio o mediatismo que concentrou e concentra ainda mais os sentidos sobre o momento.

Exponenciou-se a tecnologia para valorizar o que os sentidos não captam.

E a tudo isto adicionou-se valor em dinheiro! A cereja no topo do bolo.

Não há nada no mundo com o mesmo impacto simultâneo. Nenhuma outra ação humana aglutina a força dos símbolos nacionais (a cor, a bandeira, o hino), a comunicação, a agitação social, o contraste de sentimentos antagónicos (alegria e tristeza), a alienação nutrida pelo próximo embate, sentimento coletivo… e tanto movimento económico-financeiro!

O Mundial de Futebol é também um Estado supra Estados. Chega, impõe as regras, provoca mudanças radicais em todas as áreas de mobilização (redes de toda a natureza) e edificação social (estádios, hotéis, acessos,… jardins) e depois ficam os destroços! Terminou, partiram. Para trás fica tudo como antes e pior que isso.

Há rostos sem responsabilidade de nada - os presidentes das entidades do futebol são uma espécie de relações públicas sem conhecimento e responsabilidade de nada. Tudo acontece, tudo passa, eles permanecem intocáveis.

Porém, quando acaba um Mundial, o mundo como que sai de um estado de letargia para voltar ao normal!

Depois do Mundial de Futebol até parece que há vida, não é?

Ah! Portugal fez história nos Europeus de canoagem! Conseguiu o seu melhor desempenho de sempre em Europeus de canoagem de pista, com seis medalhas. E Emanuel Silva e João Ribeiro juntaram, no passado domingo, o título Europeu ao Mundial conquistado em 2013!

Que coisa estranha que se entranha e mexe com as pessoas!

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