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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Prevenção e cidadania

 
Ser cauteloso e cautelosa no uso dos direitos que assiste a cada um é apreciável por larga margem de interlocutores, de protagonistas; em nome do coletivo é um imperativo social. Agir sobre as causas, habilita a um futuro menos indefinido, para quem aprecia uma sociedade, o grupo estruturado na pluralidade de responsabilidades. Quando a ação incide sobre as consequências, normalmente torna-se apelidada por “procura do melhor remédio”. E isto leva-nos ao tão preocupante significado, de alguma forma pejorativo, de remediar: ação de improvisar, de desenrascar.
Parece pertinente, portanto, que a prevenção (de pre+venir, antes de chegar a…) seja um ato que provoque algo sobre  o que pode conduzir a um determinado resultado – de preferência aceitável para os intervenientes.
Falemos então da medida de prevenção que as forças de segurança nacionais, nomeadamente a Polícia de Segurança Pública, dinamizam com a divulgação dos locais onde colocam os radares de controle de velocidade, “Quem o avisa…”.
É interessante, é agradável até. O cidadão muda radicalmente a atitude quanto ao mau uso dos direitos e deveres da condução, sobretudo em matéria de velocidade. Está avisado. Não tem que ser multado se prevaricar – pelo menos naqueles lugares assinalados! É uma espécie, passe o neologismo, de “eumulta” (de inspiração grega, “multa doce”). Há um certo apreço pelo que pode suavizar os dissabores, evitar o cumprimento do que está estabelecido como importante para não ferir direitos de terceiros.
Todos os povos – e nem só, claro! - têm as suas idiossincrasias, aquilo que é peculiar, o que ajuda ou pode ajudar a distinguir dos demais; nós, portugueses, também temos!
Sem criticar a medida, o projeto terá as suas virtudes, fica, porém, um certo sentimento de tratamento menos responsável, menos adulto. Nada muda, como se vê pelos dados dos sinistros; não há uma mudança de atitude que faça cumprir o código em todos os lugares, com ou sem radares! Aliás, há alguma suspeita de, em alguns momentos, os ditos radares serem um embuste; é colocado no lugar mencionado o clássico veículo, já identificado nas suas funções de “carro-radar”, sem agentes no local – nem ali nem mais à frente, onde, quando há multa, está um batalhão de polícias; e todos os condutores reduzem a velocidade! Parece uma brincadeira barata e gastos em recursos humanos. A ser verdade, em vez de sinais de trânsito, por mais paradoxo que seja, mais valia, para efeitos de velocidade, haver um radar! Seria investimento, rentabilizava-se o equipamento como investimento a medio prazo face aos gastos com os agentes! 
A prevenção, para determinadas etnografias, é sinal de fraqueza. O cumpridor é visto como o “ingénuo”, mole! Atenuar o desagradável, que não é a multa (deveria ser, isso sim, a consciência de atitude irresponsável), acaba por ser deseducativo! Isto chama-se falta de cidadania!






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