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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

De Eusébio a Ronaldo

 
Os acontecimentos recentes tornam incontornável, apesar de parco, uma reflexão sobre o friso cronológico que nos distanciou e aproxima no tempo mediado entre a primeira e a última conquista da Bola de Ouro (melhor jogador de futebol do mundo): 1965-2013.
De Eusébio a Ronaldo!
O prémio para Eusébio foi em 1965. Nessa altura vivia-se governado numa ditadura. Estávamos em plena guerra colonial – era de guerra que se tratava, mesmo que o regime tentasse mascarar a situação.
O país estava enterrado na pobreza, na mobilização para o serviço militar e consequentes “comissões” nos países sob administração portuguesa.
Segundo o Observatório de Emigração em 1965 atinge-se o máximo expoente, 4, 5 milhões de portugueses tinha dado o “salto “ – em sentido literal e em sentido figurado; destes, 120 mil no ano da bola de ouro de Eusébio!
A inflação rondava os 5%!
Os vários setores de produção e serviços sociais estavam paralisados sob o jugo dos desgovernos!
Na segunda-feira, 4 de Outubro de 1965, surge o "Manifesto dos 101 católicos" denunciando a cumplicidade entre a hierarquia da Igreja Católica e o regime na questão da guerra colonial. No documento é criticada a cumplicidade entre a hierarquia da Igreja Católica e o regime no que diz respeito à guerra em África.
E em 2014?
Eusébio partiu!
E, na partida do Sr Eusébio, quantas memórias de um país sem futuro foram recordadas nos contextos do mundo do futebol?!
Referente a 2013, chega a quarta bola de ouro – para além das mencionadas, honra a Luís Figo, em 2000 – muito trabalhada, conquistada a pulso, como é típico no emigrante português!
O país desenvolveu-se, investiu, melhorou as condições de vida das pessoas… e de repente emigrou. Em 2012, 120 mil emigrantes!? Inflação?!...
Quanto ao resto… estaremos na mesma?!
O arauto da esperança, o pendor da mudança é dado pelo Papa Francisco, para onde tendem a olhar crentes e não crentes!
(iin Correio do Vouga, 2014.01.15)















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