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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Informal, formal, não formal

 

Um pouco por todo o lado é comum ouvir, e sentir, os pares manifestarem apreensão, preocupação, perante a debaque instalada na sociedade, na vida das pessoas. Efetivamente a coerência entre o compromisso assumido e a alteração de trajeto até o ver concretizado, podendo mesmo faltar sem explicação ou com uma mensagem aparentemente rebuscada, passou a ser uma experiência comum. Já é raro, tão raro que já se desconfia de quem cumpre, encontrar coerência entre intenção e execução!

O êxito do meio sobre a mensagem, a aceleração do tempo, a comunicação em massa, o legítimo acesso ao limite do conhecimento, etc. suscitaram o triunfo da informação que, explorada nas suas enormes potencialidades, provocou uma revolução silenciosa de ideias e práticas: a desestruturação (do exigente, do vigente), o hábito informal.

O informal marca, como processo diluído, circunstancial, que se desenrola no decurso, ao ritmo do factual, a atividade, a vida.

Assiste-se à queda do formal, do raciocínio e do conhecimento; à eliminação da progressão cronológica, confundida com institucionalizado, graduado hierarquicamente num sistema articulado de causas e consequências; confunde-se temperança com tibieza; quer-se para já o que demora o seu tempo.

Quando atingirmos esta prática generalizada, emerge o não formal, uma outra forma, portanto! A negação da atividade organizada, sistemática, executada fora do quadro do sistema formal para oferecer outro tipo de ordem!

Voltando à ideia inicial, parece que querendo não ter tempo para nada, tudo é justificável pela falta de tempo. No fundo, parece, mas não passa de uma perceção, o que está em causa é o encontro com quadro de referências que fazem de um conjunto de pessoas um grupo; de uma massa uma obra de arte (renascentista, moderna ou contemporânea) – até aqui, a anarquia só tem sentido quando lhe é dada uma forma!

O compromisso é dar forma ao sentido das ideias, das coisas, do tempo!

(in Correio do Vouga, 2013.04.24)

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