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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Geografia do mundo.

 
Não, não se diga mais nada!
É muito provável que o êxtase com que a maioria das pessoas contempla uma bonita paisagem, como cada um se deixa transportar para uma estância exótica, sempre que é solicitado o destino de férias ideal, e em tantas outras circunstâncias idênticas que se torna fastidioso enumerar, pode indiciar – estamos convictos da certeza – que há no ser humano um desejo de harmonia e de contemplação que impele à superação da rotina, à abstração, à extensão do olhar para além do pontual, medíocre, banal.
Os acontecimentos recentes convidam a rasgar o horizonte. Às tensões que têm vindo a emergir e que, nos últimos apontamentos aqui fazemos referência, junta-se o atentado de Boston.
Se colocados numa montanha imaginária e olharmos a geografia do mundo; se, utilizando as novas tecnologias, rodarmos sobre nós próprios na plataforma 3D do Google Earth; se lermos os jornais; se fizermos uma retrospetiva histórica;… constataremos que há qualquer coisa de estranho à nossa volta: tão belo na harmonia global, tão estragado sob os nossos pés! A geografia do mundo pode ganhar em harmonia mas perde para a assimetria. Já cansam as palavras para tantos dislates!
Relendo o Cancioneiro de Fernando Pessoa…
Não: não digas nada!
Supor o que dirá
A tua boca velada
É ouvi-lo já

É ouvi-lo melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das frases e dos dias.

És melhor do que tu.
Não digas nada: sê!
Graça do corpo nu
Que invisível se vê.
















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