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terça-feira, 30 de outubro de 2012

O silêncio dos bons


Ser bom não pode ser… muito relativo. Ser bom é absoluto! Por isso, uma das melhores definições para o conceito radicará numa alusão aos procuram o bem comum, o melhor para o maior número; o que faz de cada ato e preocupação um encontro contínuo com o que é útil, justo, verdadeiro, edificante, clarividente. Ser bom significará o homem e a mulher de boa vontade que aspira a deixar o mundo um pouco melhor, sem ter de se aniquilar ninguém, em equidade de ideias, verticalidade, integridade. Reconhecer o mundo que nos rodeia contrariando a tendência latina de “pintar tudo de negro”, de mau, de oportunista, será um primeiro passo. Estar sempre a afirmar que o mundo é cego, pode significar que o próprio já não vê nada!
Ninguém é bom ou mau sozinho! Ninguém é sozinho!
Num tempo de causas, a expressão, que intitula este apontamento, universalmente atribuída a Martin Luther King, faz parte dos pensamentos que a humanidade imortalizou, e continua a imortalizar, porque são intemporais. “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons” ou ainda “No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos”.
São palavras duras mas refletem, com a adequada ponderação, a cegueira de quem não quer ver ou, como na globalidade dos casos acontece, a falta de distância e sentido crítico para distinguir a pequena verdade no mar de mentiras, ditos e contos. E, no final do dia, se dúvidas persistam, realizar um pequeno exercício de autoleitura para tentar distinguir o essencial do acessório.
Hoje, também recordamos, para interpelar o silêncio dos amigos e enfrentar a movimento diabolizante (no sentido etimológico que o grego confere) dos inimigos, outras passagens dos discursos preleções do Pastor Batista “suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.” Mas, impulso determinante está também, neste tempo que tolda os espíritos, o raciocínio de muitos, na necessidade de se deixar seduzir pelo que é evidente!
Sintetizando porque estes dias são de pesar social – talvez por influência do dia 2 de novembro que se avizinha, o dos “Fiéis defuntos” – “as nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.”
E para começar a sair do silêncio, até da insídia, basta reconhecer que “a verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
(in Correio do Vouga, 2012.10.31)






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