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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Novamente de novo

 

Numa escola, devemos, em cada passo, ser gesto, palavra, atitude, caráter; tudo isto porque interagimos permanentemente, em tudo, uns com os outros (comunidade escolar). E, de nós, todos esperam que sejamos exemplo dentro da missão que nos é confiada, como escola pública: de todos e para todos.

Então, ao intitular este editorial com uma redundância, “novamente de novo”, insistência desnecessária nas mesmas ideias – como é definido no dicionário – não é em vão, sem sentido. Pretende-se enfatizar, apenas, como vamos vivendo na mais nobre das missões de um país: a educação.

Aqui, na educação, vive-se sempre ao ritmo do que é novo.

A novidade faz parte da essência do estudo/aprendizagem: descobrir novos conteúdos, novas ideias, novos conhecimentos; também, como mera ilustração, que não fundamenta nem legitima mas é paradigmático, as mudanças que cada etapa suscita (turma, escola, professores, ano, ciclo, curso, diretor de turma, colegas,…) implicam oportunidades que, elas próprias, têm algo que apontam ao futuro, para a vontade de começar de novo.

E há, “também” nestes universos diários, a essência da arte: os alunos e alunas.

Educar é, antes de tudo, um caminho de reciprocidades desde a mais tenra idade. Portanto, em cada ano mudam os rostos mas continua, no essencial, a juventude, a esperança, a rebeldia, a curiosidade dos jovens que dão vida à escola… também com as peripécias que adoçam o engenho e a arte!

Por fim, sem querer terminar nada, o que não deveria ser tão novo assim: o sistema educativo. Não deveria ser tão novo assim mas, mais uma vez recorrendo a uma pequena abordagem elucidativa, será interessante ter presente um hipotético cenário em que um jovem, de agora, a dois anos de terminar o ensino secundário, que entrou (no sistema) para o primeiro ano em 2002, com os seus seis anitos, o que levará da escola, se não for a estabilidade emocional e racional dos seus professores?

Com um algum gosto pela história recente, poderá, o referido jovem, lá para setembro, contar a um colega mais novo do seu novo agrupamento de escolas: “desde que entrei na escola, já lá vão seis… Ministros (da Educação). Tive, logo no início, o 1º, 3 de Julho de 2001 — 6 de Abril de 2002 — Júlio Pedrosa; depois, 2º, 6 de Abril de 2002 — 17 de Julho de 2004 —David Justino; 3º, 17 de Julho de 2004 — 12 de Março de 2005 — Maria do Carmo Seabra; 4º, 12 de Março de 2005 — 26 de Outubro de 2009 — Maria de Lurdes Rodrigues; 5º , 26 de Outubro de 2009 — 21 de Junho de 2011 — Isabel Alçada; 6º, 21 de Junho de 2011 - Nuno Crato”

Não admira que haja tanta resistência à mudança, há tanta novidade!… Tanta que nenhum jovem chega a suspeitar verdadeiramente por qual sistema de ensino… passou!

E, na linguagem da juventude, “já estamos noutra” (mudança)!

(in Correio do Vouga, 2012.05.16)

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