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terça-feira, 6 de março de 2012

Os aviões

 

Volta e meia discute-se a funcionalidade da pista da Base Aérea de São Jacinto e a sua potencial mais-valia para o serviço civil. É um assunto com alguma relevância num plano estratégico para Aveiro, no eixo mobilidade e transportes.

Sabendo-se que já vão surgindo indicadores positivos sobre a rentabilidade de algumas linhas aéreas, de serviço entre várias cidades do país, torna-se ainda mais interessante o estudo, o debate, a hipótese. Não é de descurar nenhuma oportunidade, sobretudo quando o equipamento já existe, pelo menos em bruto – haverá sempre necessidade de reajustes, de investimento, portanto.

No meio da altercação sobre equipamentos de travessia – Ponte Pedonal sobre o Canal Central de Aveiro, à cabeça de todas as outras – fazer chegar os aviões a São Jacinto, aparentemente, isto é, segundo a informação transmitida por um Vereador em exercício na Câmara de Aveiro, trata-se de acertos de trocos, que é como quem diz, mais corretamente, de juntar as partes interessadas, assinar as responsabilidades, dar luz verde aos civis para entrarem parcialmente numa área militar.

E aqui surgem algumas questões, entre outras de maior ou menor grau de importância. Este objeto de discussão, as áreas militares, terão algum cabimento nos dias de hoje, num exército como o nosso, cada vez mais dependente da ajuda externa em caso de crise militar? Teremos nós segredos estratégicos militares que não se possa abrir uma gare, um recanto digno, elegante, barato, sem grandes contornos de novo-riquismo, que rentabilize as estruturas existentes? É que este património de mão morta, pertença do Ministério da Defesa no seu conjunto, grassa um pouco por todo o país e está a degradar-se.

Outra questão, interessantíssima porventura, será como fazer chegar os passageiros do hipotético aeródromo de São Jacinto para os seus locais de interesse? - presumindo que estes locais estarão mais do lado da cidade de Aveiro do que do lado de São Jacinto, Torreira, Furadouro… e vice-versa.

Às vezes (ironia!) valerá a pena pensar numa escala mais ampla para resolver pequenos pormenores que se entrecruzam com outros pormenores e, sucessivamente, concretizam um plano estratégico. Caso contrário, num país como o nosso, andaremos sempre em teses minimalistas que esgotam recursos e satisfazem pequenos egos e lobbies (que não existem, claro!?).

Até lá, vamos vendo os aviões… a passar sobre a nossa cabeça, mas lá para os “vinte mil pés”, não venham a afetar as ideias que andam por aí!

(in Correio do Vouga, 2012.03.06)

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