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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Grande Tabu

 

Este tempo de Carnaval, por um lado, e de antecâmara para o que vem pode ajudar a revelar o relativismo da vida, das consciências, das éticas e aplicabilidades sociais.

Os processos ideológicos e as práticas políticas, de XX, contrapuseram a uma sociedade sacralizada, da época medieval e, em boa parte, moderna o domínio secular do tempo e a laicização das consciências e da sociedade. Começou-se – é força de expressão liberta de qualquer sentido cronológico – por confundir moral com ética; apelou-se à separação, conotando a primeira como “código religioso” e a segunda como “códigos sociais”; emancipou-se a prática reflexiva à luz do humanismo integral (a pessoa na sua totalidade); secularizou-se a consciência; laicizou-se a sociedade; desmistificou-se a verdade científica pela experiência e imanentismo; mitificou-se a verdade teleológica e teológica; relativizou-se o sagrado à condição da consciência individual, entretanto secularizada;… enfim, o Sagrado é o Grande Tabu. O tabu dos tabus, porque não se pode, não se deve, mexer com a consciência individual, esse templo sagrado de cada pessoa!

Hoje, depois do Carnaval, que tende a ser retirado, que tempo é que nos espera? O tempo comum? Diríamos que sim, até no calendário religioso!

Se pode não ser significante esta questão, ela releva, na nossa modesta opinião, que não se pode investigar nada acerca de Deus; não se pode procurar as causas profundas das coisas. Vamos até onde há evidência, tudo o resto é como se não existisse?!

Que ética sem referências comuns, isto é, no mínimo aceite pela maioria dos mais próximos?!

A forma mais eficaz de criar um não assunto, é remetê-lo para a impossibilidade de existir como assunto!

Cem anos depois, Afonso Costa terá conseguido “ acabar com a Igreja no espaço de duas gerações”?

(in Correio do Vouga, 2012.02.23)

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