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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mal-educados

 

Há por aí uma capacidade fluente e enérgica para superar algumas vicissitudes a que fomos relegados. Surgem algumas evidências no plano de investimentos, e consequente motivação, naquilo que a ONU considera como essencial para o desenvolvimento dos povos, a educação.

Grande parte dos compromissos internacionais em relação ao progresso na educação assume que a educação é um dos principais focos de desenvolvimento. Porque é graças a ela que é possível melhorar as condições de prosperidade social, económica e cultural dos países. A elevação do nível educacional da população está associada à melhora de outros factores-chave de desenvolvimento e bem-estar tais como a produtividade, a mobilidade social, a redução da pobreza, a construção da cidadania e identidade social e, finalmente, o reforço da coesão social.
A educação é a alavanca que ajuda a conciliar o crescimento, equidade e participação da cidadania e compromisso social. Desempenha um papel central no crescimento das economias, é um investimento com alto retorno e é o primeiro factor que estimula a criação de valor. Indivíduos mais educados aumentam as suas capacidades para contribuir de forma mais diversificada e eficiente no desenvolvimento produtivo de um país. Por outro lado, a educação é uma das principais áreas para reduzir as desigualdades no futuro e uma forma privilegiada para superar a pobreza. Além disso, no século XXI, marcado por conflitos culturais e enfraquecimento das certezas, a educação torna-se uma ferramenta para repensar criticamente a realidade e projectar o futuro.

Mas que investimento será este a que se refere a ONU?! Dinheiro?! Não há. Portanto, quem não tem dinheiro não tem vícios!

O problema central é que, no nosso caso, o adágio foi adulterado. Não temos dinheiro mas continuamos cheios de vícios.

Destacamos apenas um, o que consideramos fulcral: a incoerência de processos e propostas!

A título de exemplo, vejamos dois casos emblemáticos, apenas na perspectiva dos resultados:

Avaliação Externa das Escolas. Um dos objectivos, promover uma cultura de melhoria continuada da organização, do funcionamento e dos resultados do sistema educativo e dos projectos educativos.

Avaliação do desempenho dos docentes. A avaliação do desempenho do pessoal docente visa a melhoria da qualidade do serviço educativo e das aprendizagens dos alunos, bem como a valorização e o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes, mediante acompanhamento e supervisão da prática pedagógica, no quadro de um sistema de reconhecimento do mérito e da excelência.

Interessante, não é? O problema é que não há nenhum mecanismo “vivo” que concretize estes objectivos sem implicar dinheiro?!

Se o remédio está na cura dever-se-ia pensar noutra medicação; inverter a marcha; ser criativo (fazer mais com menos recursos!).

Como não há dinheiro, congela-se ou retira-se o que lá estava!

Em síntese, cumpre-se de forma séria o melhor que se pode sabe. A Educação pode esperar.

A ONU,…coitada!… Pitágoras,… esse está morto!

"Educai as crianças e não será preciso punir os homens" (Pitágoras, 570 a.C.).

(in Correio do Vouga, 2011.10.19)

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