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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

“Não tenho óculos”

 

Na noite da Madeira há uma verdade absoluta, que pode sintetizar os últimos anos da história recente do Arquipélago, é necessário algum aumento artificial da capacidade de visão, no caso concreto uns óculos, para perceber o que está escrito nas linhas mais recentes e futuras.

É caso para levar à risca o discurso do Presidente do Governo Regional, na consequência dos resultados obtidos no dia de eleições, “não tenho óculos”! Vislumbra-se pouco no futuro da “Pérola do Atlântico” e do todo que somos, Portugal. Que grande verdade: “não vejo nada. Quem me empresta uns óculos.”

Aonde chegámos! Chegámos ao limite. Até para ver meia dúzia de linhas da história temos de mendigar o empréstimo de uns simples vidros graduados!?

Mas temos de conseguir melhorar esta capacidade oftalmológica! Ver na história, passada e presente, um futuro de esperança.

Ao referenciar o último quartel do século XX e a primeira década de XXI, uma história de quatro décadas, apenas constatamos, no todo, uma gota no Oceano (literalmente) Atlântico. Quando em 1419, a mando do Infante D. Henrique "O Navegador", o Arquipélago da Madeira, que já era citado em 1350 no Libro del Conoscimento e representado em mapas italianos e catalães do século XIV, foi redescoberto por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, com o fim de suprir as crónicas deficiências do Reino em cereais e também para que servisse de apoio à expansão marítima de Portugal. Portanto, desde o século XV, a Madeira desempenhou um importante papel nas grandes descobertas portuguesas, tornando-se também famosas as ricas rotas comerciais que ligavam o porto do Funchal a todo o Mundo que o Atlântico Sul circunscreve e que circunscreve o próprio Atlântico.

Qual o papel da Madeira em 2019, por ocasião dos 600 anos da data já referida?

A Madeira, como todas as regiões (Administrativas ou de toponímia orográfica) do nosso país, não pode ser considerada proscrita ou, como se ouve em alguns comentários habituais, cultos, sem dúvida, mas enviusados de ideias pre conceituosas ou de arrogância metropolita, desrespeitadoras do ôntico da diversidade em prol de elites exclusivas no direito de pertença a um determinado povo ou grupo, uns pobres coitados que não sabem o que os espera. Aí já estamos todos em relação às Finanças do Mundo.

Este gesto humilde do Dr Jardim é inspirador. Pedimos agora os óculos para ver o futuro imediato. A seguir vamos curar estas faculdades, a da visão e da consolidação de esforços em todas as frentes.

O que nos faz ser Portugal é sermos Portugal! Mesmo podendo e devendo ser melhores, a começar por exemplo na disponibilidade para a família e para a escola, isto é, uma nova Idade na formação e cultura.

(in Correio do Vouga, 2011.10.12)

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