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terça-feira, 10 de maio de 2011

Regresso à estrada

 

Quantas e quantas vezes a expressão, regresso à estrada, é interpretada como um momento para, recuperadas as energias e redefinidas as estratégias, reatar um itinerário que faça refulgir a luz da esperança, de um anova oportunidade.

As grandes bandas, movimentos, conjuntos, associações,… usam a expressão por metáfora ou para enfatizar o momento em que tem de voltar a contactar directamente com as bases da sua sustentabilidade. O regresso à estrada é qualquer coisa como voltar a uma rota que pode proporcionar um novo rumo para o êxito ou para a promoção de um produto que se pre-anuncia.

As organizações políticas, as promovidas pela filiação partidária ou compromisso cívico, também começam a preparar as suas caravanas para dinamizarem eleitorado para os esclarecimento, debate e, naturalmente, para o proselitismo e orientação de voto. É assim a vida plural, o respeito pelas diferenças, mas temos de encarar com realismo o que temos pela frente. E mais importante do que dizer o que os outros não são capazes de fazer, é urgente apontar para onde se quer ir-

É aqui que queremos chegar.

Sensibilizados pela tragédia do ciclista belga Wouter Weylandt, vítima de um acidente esta segunda-feira na terceira etapa da Volta a Itália, de que viria a falecer, não podemos deixar de ler nestes sinais uma imagem do que pode ser o nosso próprio futuro, o de Portugal.

Um jovem, como tantos outros que o fazem todos os dias de várias formas, inicia mais um dia do seu trabalho, como desportista profissional. Ao fazer-se à estrada tem em mente uma meta, a meta! Quase à chegada, dá-se a queda fatal.

Com maior ou menor exagero, permitam que seja renovada a confrangedora comparação: na estrada que é a vida, para onde estamos conduzir o curso da corrida? O que estamos a oferecer às gerações mais novas? Esperança o u tragédia?

Com o devido respeito, a imagem de quem se empenha a fundo para atingir a meta deve ser replicada entre nós. A oportunidade é única, não podemos ficar parados ou receosos de não conseguir. Portugal já não tem espaço nem tempo para mais quedas.

O nosso regresso à estrada não acontece no início de uma etapa, com todas as forças para o percurso. Estamos, isso sim, a erguermo-nos de um aparatoso desastre. Não há outra oportunidade. É agora.

(in Correio do Vouga, 2011.05.11)

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