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EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Liga Europeia

 

Eis-nos chegados aos píncaros da Europa.

Depois de percorreremos o mundo; depois de muitos outros lugares altos chegámos aqui.

Finalmente, fez-se justiça: estamos no topo… do segundo plano! Mas um dia (quem sabe?) ainda poderemos ser mais ousados e viver uma experiência superior. Não será fácil mas também não custa tentar.

Realmente, há dois perigos quando se atinge um ponto alto em qualquer percurso da vida. Por um lado, temos o perigo da queda vertiginosa, também reconhecida na sabedoria popular como “quanto mais se sobe maior é o tombo”; a completar o primeiro, mas independente deste perigo, há a incapacidade de estabelecer outras metas para haver progressão para níveis de qualidade nos desempenhos que fazem das metas anteriores, já atingidas, um degrau motivacional para outra que vem a seguir, isto é, não se fica “à sombra da bananeira” ou entra na”crise da opulência” (a abundância parece ser tanta que suscita o despesismo e letargia).

Acontece também, quando há seriedade de processos e virtude de carácter, o segundo perigo é transformado em oportunidade. São riscos calculados para se poder chegar um pouco mais à frente na vida.

Este pequeno apontamento poderia derivar da final europeia de futebol entre equipas portuguesas, que se realizará – neste momento ainda é futuro! – em Dublin, na Irlanda. Feito histórico; importante para o orgulho Luso; reforço de potencialidades de retorno, de imagem e valores financeiros. Haveria aqui toda a propriedade, até porque já se prevê, pela imprensa da especialidade e afirmações dos protagonistas, será a debandada.

Queremos nesta “Liga Europeia” pensar um pouco mais alto e volver os olhares que o dinheiro que aí vem para socorrer as nossas contas. Os Ministros das Finanças da União ratificaram o resgate – a expressão é fantástica e diz quase tudo: Portugal vai poder aliviar um pouco os grilhões do algoz (especulação financeira do Mundo e, em tempo de vernáculo, “calaceirisse” nacional)!

Os perigos apontados anteriormente dizem respeito a este acto comprometedor do nosso futuro, já hipotecado. Tanto dinheiro de uma vez só (mesmo que em várias tranches), pode por as nossas “cabeças à roda”. É como ganhar o euromilhões e gastar em vícios antigos!

(in Correio do Vouga, 2011.05.18)

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