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terça-feira, 5 de abril de 2011

Festa da língua

 

Há na nossa língua (Português) uma genialidade universal. Camões, Eça, Pessoa, Camilo, Saramago, Virgílio Ferreira, … “Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso, a voz do mar foi a da nossa inquietação”.

A nossa língua é complexa, como complexo são os movimentos do mar. Neste mar, que é o nosso, há muito movimento, tensão, vagas poderosas, águas mais serenas e águas mais turvas!

Assim como é o mar também é a nossa comunicação! É em Português, na nossa língua, que vivemos!

Contudo, como a comunicação não se esgota nos falantes, no verbalizar ou graficar expressões, há muita linguagem não verbal. Lemos nas interlinhas, lemos nos comentários dos outros, comunicamos pelos gestos, expressamo-nos nos silêncios, falamos no que vemos e como nos colocamos para ver!

Por vezes, também temos de falar outras línguas para vermos outros Mundos, ler outras sinas (que interpretamos aqui como “itinerários”, “sinais”, “indicadores”).

E o que também se vê? O mesmo que se vê da nossa língua: coisas boas, coisas menos boas. Competência e incompetência. Demagogia e ganância. Honra, dignidade e o seu contrário…

Em síntese, também vemos um pouco do que se viu este Domingo no Estádio da Luz! Isto é, línguas insídias ! Um Mar poluído.

Como a nossa língua é rica e culta, coisa estranha a estes mundos bastante pérfidos, vamos aos clássicos e “honra aos vencidos e glória aos vencedores”, independentemente de quem chega em primeiro que, no caso citado, nenhuma das partes esgota o significado de “glória”.

Há emoções e expressões que podiam ser festa de uma língua, como tão bem tratam os génios da literatura, em vez de uma arruaça de energúmenos!

(in Correio do Vouga, 2011.04.05)

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