Acaba de ser publicado um estudo, da Comissão Europeia, em que quase 35 em cada 100 alunos portugueses de 15 anos repetiram pelo menos um ano de escolaridade durante o ensino básico.
Vale a pena apreciar os comentários anónimos sobre a parangona.
“E tinham de passar? Ensinem-lhes a preencher os documentos necessários ao rendimento mínimo... isso basta. Há sempre quem pague impostos para manter isto.”
“O ensino precisa de ministros competentes, desde o primário até ao superior! Está uma calamidade! Passagens sem conhecimento, Novas oportunidades para estatísticas, cursos em série sem controlar acessos e saídas profissionais, proletarização de profissões que têm anos e anos de estudo, privadas com nº de cursos em série ,enfim ! Estar no sistema é doloroso ver a degradação de dia para dia!”
“Desta vez não vai haver festa como a do relatório PISA! Graças aos professores!!!!! Dizia Sócrates! E agora? Graças à nossa Ministra???????' Os Europeus não percebem nada disto! O PISA é que é bom!!!!!!”
As opiniões anónimas poderão não ser contributo determinante mas são ilustrações da “vox populi”, demonstrativa de um certo enquadramento da realidade, assente nos pressupostos de que a culpa morre sempre solteira; as promessas são para outros cumprir; a responsabilidade é de entidades abstractas.
Acresce a isto uma sabedoria inoperante de complexos de perseguição associados ao cepticismo desconfiante do “Restelo”!
Quais soluções e que protagonistas para evitar tudo isto e melhorar os resultados?
Sair rapidamente desta guerrilha de antagonismos (a culpa é dos pais que não educam; os Professores que não ensinam; …o Governo) pode ajudar a não chumbarmos todos como país.
Segundo o relatório «Taxas de Retenção durante a Escolaridade Obrigatória na Europa», Portugal regista uma taxa de 34,5 por cento, apenas ultrapassada por quatro países: Bélgica Francófona (37,1%), França (36,5%), Luxemburgo (36,1%) e Espanha (35,3%). É concluído que a este nível as práticas variam muito entre países. O facto de o aluno repetir um ano de escolaridade pode depender mais da cultura educativa do que efectivamente do seu desempenho. Atribuiu-se também consequência à existência de uma cultura de retenção, a ideia de que a repetição é benéfica para os alunos. Na Europa, é sobretudo na Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Holanda e Portugal que esta convicção persiste.
O que fazer num país que gasta tanto em Educação; em que os pais gastam tanto em Educação; em que os profissionais da área gastam-se tanto em Educação?!
Aqui há uns anos, num programa televisivo, Jô Soares (José Eugénio Soares, o polifacetado autor e actor Brasileiro) caracterizava, com o humor sábio que lhe é característico, com mais ou menos palavras, que o povo brasileiro é como um presente; está sempre embrulhado!
Precisamos de agir para não ficarmos, também nós, embrulhados. Isto é, chumbados!
Dêmos lugar a uma outra revolução!
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