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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pés de barro

 

Vemos, com particular preocupação, a destruição indiscriminada de sonhos e de vidas que sonhavam poder viver. Um pouco por todo o mundo, uma “pequena pedra rolou da montanha” e embateu no que parecia inexpugnável e invencível; de repente tudo se desmoronou ou ameaça desmoronar.

Não há nada de novo nesta história, conhecida em todas as civilizações, imortalizada na narrativa sobre Nabucodonosor, Rei da Babilónia, cerca de 600 antes de Cristo. O monarca teve um sonho igual a de outros grandes, pequenos e, até, aprendizes de “imperadores”: uma grande estátua em que a cabeça era de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés eram parte de ferro e parte de barro. Enquanto admirava a estátua uma grande pedra veio do alto e acertou nos pés da estátua que acabou por ser totalmente destruída. Daniel, um estrangeiro, prisioneiro, interpreta, o que virá a revelar-se, um pesadelo. A cabeça: o poder babilónico de Nabucodonosor e todo o seu império conquistador; o peito e os braços: um segundo reinado um pouco inferior; o ventre e as coxas: um terceiro reino, que governaria toda terra; as pernas: a um quarto reino, forte como o ferro, que quebra e destrói tudo; e os pés! A base de toda a escultura,..era de barro!

A parte frágil, mesmo misturada com ferro não ligaram e uma simples pedra, uma pequena dificuldade fez ruir todos os sonhos: os da antiguidade, os dos tempos mais recentes nos países árabes, nos investimentos imobiliários, na bolsa,… no petróleo, nos orçamentos das famílias,…na subsidio-dependência… no Estado (que pensamos ser outra coisa que não os serviços que merecemos ter por viver e pagar em comunidade de cidadãos)!.

Ainda bem que Nabucodonosor teve um sonho destes! Caso contrário, ainda estaríamos a pensar: “o que me aconteceu?”

(Pl, in CV, 2011.02.22)

1 comentário:

Nada disse...

Todo o sonho é castelo sobre areia ou estátua com base frágil; ao contrário dos objectivos e das metas. No entanto, o sonho pode ganhar estas últimas formas e tornar-se realidade. A nível social o sistema social que temos é claramente insustentável e terá o seu fim brevemente. Não que se acabem com as prestações sociais, mas sim uma melhor afectação destas e uma mais equidade (não igualdade, note-se!).
Abraço,
PMM