Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.11.09

 

“In”, “out” e a Soberana!

O título pode ter algo de jocoso. Aceite-se como o mais conveniente em tempo de intempéries: as de sempre, as da estação e as outras!

Assumindo-se como referência curiosa fazer uma abordagem das coisas partindo dos estrangeirismos “está dentro” e “está fora”, que é como quem diz, está na moda ou está “démodé “, declaradamente nós (portugueses) estamos “in”.

A nossa “Soberana” (a dívida) está a ser solicitada por todas as economias do mundo. Basta ver que, por estes dias, esteve por cá o Presidente da Venezuela, o Presidente Chinês, hão-de vir os da NATO! E é muito provável que assim continue.

Claro que pode não haver correlação causa-efeito, também não era para a haver. Os Soberanos encontram-se tantas vezes por ser encontrarem que estes (passados e futuros) encontros poderão não dar em nada. A opção é trabalhar mais e gozar/gastar menos ou continuar na mendicidade!

Bordalo Pinheiro teria moldado um boneco à circunstância, um português a apregoar… um pregão: “ Olha a Soberana Portuguesa!”

Sabendo nós que a dívida soberana pode ser interna, quando os credores são residentes no país, e externa, quando resulta de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, que, por pouparmos pouco, produzirmos pouco e gastarmos muito, é o nosso caso, estamos quase a entregar a Soberania a outros (novas formas de conquista imperial) e estes aproveitam o que temos de melhor, fecham os serviços que na perspectiva deles não funcionam ou estão anárquicos de cima a baixo, põe-nos a trabalhar de sol-a-sol e os mais dotados (física e intelectualmente) são deportados!

Com a caricatura dramática que é importante adornar estas coisas da ironia, ouvindo o diário da nossa vida, em Portugal, a Saúde, a Educação, a Justiça, os Apoios Sociais, a Cultura parece que precisam de mais uma revolução! Ora, ao vendermos a Soberana a quem, eventualmente, não tem uma apetência especial por estas coisas “menores” – e esse é um risco autêntico! – só pode fazer-lhes o mesmo que no seu país de origem, a realidade que conhece melhor: fecha-os!

Melhor será aprender a plantar arroz… para, chegada a hora, não ficarmos “out”!

Sem comentários: