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EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 31 de agosto de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.09.01

As fronteiras da liberdade


O título é mais importante que o conteúdo. São assim as coisas dos “media”! Um título, um momento, uma imagem pode valer a oportunidade de uma vida.

Mesmo assim, merecem cada vez mais, presumimos, especial relevo, as intenções com que determinadas coisas ou produtos são apresentados. É conhecido de todos nós o velho “gato por lebre” ou, não menos respeitável, “conto do vigário”! Ditos para facilmente intuir medidas que combatam o dolo, o engano.

Se o que conta são as intenções, poder-se-á considerar que tudo quanto está no plano das intenções tem valor incomensurável.

Não será tanto assim, cada coisa no momento e com a dose certa, sobretudo quanto prejudica terceiros - atrevemo-nos a pensar!

Na coincidência com o regresso à ribalta, que é como quem diz, ao prelo, às bancas, do Correio do Vouga, vem a inspiração de tudo o que comunicar com seriedade, isenção e rigor representa.

Acreditamos que tudo quanto está no plano das boas intenções é bom - ingenuidade, porventura?! Há por aí evidências que deslustram esta boa intenção, a de ser bom, aceitável, útil.

Lancemos a reflexão para os canais televisivos de notícias, por exemplo, mas quase todos os canais pagos sofrem do mesmo mal. Não há documentário que não seja repetido duas, três, quatro vezes por semana e, em muitos dias (já para omitir, com alguma benevolência, as noites), alinhamentos de notícias repetidos. Pior ainda, é que os canais portugueses de notícias têm a mesma grelha, o mesmo alinhamento,… só mudam cenários e pivots!

- E daí?! Só vê quem quer! - pode ser considerado.

O problema é que estamos a pagar para nada! Mas, é verdade, podemos sempre fechar, desligar! Só que, a seguir esse método, fechar tudo o que não funciona bem, estaríamos encerrados em tudo o que (não) mexe; e é tanto!

E, para acrescentar mais um pequeno apontamento, ainda na mesma área de actividade, a fabricação do facto, da coisa, da notícia e o comentário de rua! É extraordinário! Quem passa, mesmo sem ter visto nada, é interpelado a pronunciar-se. Depois, mesmo sem qualquer correlação, conclui-se uma coisa qualquer, presume-se uma conclusão!

Depois de um Mundial de Futebol, Verão, incêndios, Justiça, Queiroz,… insistimos: que liberdade para expressão? Que fronteiras (ou não) na liberdade (de expressão!).

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