E agora (?!) a outra face (o bullying)
Em matéria de sistema educativo (distinguir de Escola, Formação, Educação, Professores), em Portugal como no mundo estaremos muito próximos do que Tácito escreveu, cerca do ano 116, sobre o Cristianismo: "Este nome vem-lhes de Cristo, que sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta perigosa superstição um momento detida, em seguida espalhou-se não só na Judeia, onde tal peste nascera, mas até em Roma, onde se encontram e acham acolhidas todas coisas, as mais grosseiras e as mais vergonhosas!"
Falamos de sistema educativo porque esta é a outra face da mesma realidade: SOCIEDADE PORTUGUESA!
A propósito desta tragédia de Mirandela, pensando em todas as escolas, a(s) Outra(s)-Roma, onde todos são acolhidos, levantam-se hipóteses para solucionaram os problemas.
Este é realmente um problema DE escola. Trata-se do que nós somos como sociedade que está a mudar; como nos relacionamos; que valores norteiam o nosso agir; que célula fontal (o berço, a família) nos identifica para viver entre iguais.
Com violência (verbal também) gera mais violência.
Alguns testemunhos anónimos podem ser colhidos na internet. Os mais sensatos, apontam caminhos de conciliação social.
“Queria deixar o seguinte testemunho. Fui vítima de bullying durante vários anos, desde o fim da infância até à adolescência. Os meus pais sempre souberam e não fizeram nada. Mais tarde confrontei-os com o facto de nunca terem feito nada. Ouvi as desculpas mais inacreditáveis, que vou poupar aos leitores. Há vários anos cortei definitivamente relações com eles, e a morte de um deles soube-me a nada. Estive perto de me suicidar várias vezes, não tão jovem quanto este rapaz, mas pouco mais velho. Ainda hoje não sei bem o que, felizmente, o impediu. Se os vossos pais nada fizerem, aproveitem este momento em que o País está mais atento e liguem para a Polícia ou para a linha SOS Voz Amiga: 21 354 45 45. Mantenham-se vivos!”
“Só porque antigamente não havia o nome - bullying - para este tipo de agressão sistemática, não significa que ela não existisse. Aliás, tenho a certeza que antes era muito mais comum, e a indiferença geral muito maior também. Felizmente que hoje em dia as escolas e professores começam a abrir os olhos e agir contra o fenómeno. Infelizmente para o Leandro não foi o que aconteceu em Mirandela.”
“Nada irá trazer o Leandro de volta! Apurar responsáveis é necessário. Mas este triste acontecimento serve para nos fazer pensar. O que andam na fazer na escola os delinquentes? E é fácil a resposta! E de uma vez por todas tirem da escola quem não quer estudar. Eu sou Mirandelense, e estudei 5 anos naquela escola. O problema não é a escola, são os delinquentes que lá colocam!”
“É flagrante a falta de respeito que os adultos deste país têm pela herança que vão deixar.”
A solução estará próxima da introdução de um quadro valorativo mais estóico, baseado num método de superação de dificuldades com recurso à solidariedade, à universalidade dos bens, à dignidade, ao trabalho; em detrimento de uma sociedade tão hedonista, em que só vale o bom, o fácil, o prazeroso (o prazer o supremo bem da vida humana).
O mal não está nas pessoas, no sistema educativo, nos pais, nos filhos, nas escolas. O mal está na arquitectura do pensamento para a construção do mundo, e da família, e da escola também.
Com a Lei n.º 85/2009 de 27 de Agosto, a da escolaridade obrigatória até ao 12º ano, o futuro já começou há um ano!
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