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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.01.06

Em 2010, a República cem anos depois

Na Mensagem de Ano Novo do Presidente da República somos tentados em cair em comiseração!
“Há precisamente um ano, quando falei ao País, referi que 2009 iria ser um ano muito difícil. Acrescentei, na altura, que receava o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social. E disse também que Portugal gastava em cada ano muito mais do que aquilo que produzia.
Em nome da verdade, tenho a obrigação de alertar os Portugueses para a situação difícil em que o País se encontra e para os desafios que colectivamente enfrentamos.
Ao longo do último ano, o desemprego subiu acentuadamente, atingindo, no terceiro trimestre, 548 mil pessoas. Quase 20% dos jovens estavam desempregados.
A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso. O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes. Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim.
Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado. Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura. Não é tempo de inventarmos desculpas para deixarmos de fazer o que deve ser feito.
Estamos perante uma das encruzilhadas mais decisivas da nossa história recente. Em face da gravidade da situação, é preciso fazer escolhas, temos de estabelecer com clareza as nossas prioridades. Os dinheiros públicos não chegam para tudo e não nos podemos dar ao luxo de os desperdiçar.” (SIC, com alguns cortes)
Nos finais do século XIX, existia uma grande crise económica, política e social. Portugal estava numa situação muito preocupante – pode ler-se em qualquer almanaque. No tempo da monarquia, o país estava em crise, o povo estava descontente com os preços dos produtos comerciais e em geral com as fracas condições de vida.
As principais fábricas do país situavam-se no Porto e em Lisboa, onde trabalhavam operários, de modo a que o resto da população trabalhava no campo com difíceis condições de vida. Portugal estava a atravessar uma fase difícil e com muitas dívidas. Por isso teve que pedir dinheiro emprestado ao estrangeiro. Para pagar os juros, o rei aumentou os impostos… e aumentou o descontentamento também.
Em 4 de Janeiro de 1910, segundo o Século, teve lugar, no Centro Republicano Rodrigues de Freitas, uma conferência dada por Inocêncio Camacho acerca do recenseamento eleitoral. Advogou o orador que o voto constituía “a arma com que todo o cidadão pode combater a administração pública e por meio da qual pode vigiar o destino dado ao património comum e à aplicação das receitas públicas.”
Ou seja, os portugueses cansaram-se e viraram tudo do avesso… para continuar na mesma!
Cem anos depois, onde chegámos!?

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