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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.12.09

O banco


A história de banco inicia-se num grande momento em que ocorreram três factos em simultâneo: o descanso, a articulação inferior e o lugar onde pousar as costas em posição vertical!

Daí para cá tudo evoluiu rapidamente. Os materiais passaram a ser mais nobres (já não serve qualquer calhau, cepo ou burrico); o design mais ousado e funcional (há recosto, curvas ergonómicas,…); o descanso até já é activo (pelo menos, por esta via, compreende-se a falta de verticalidade que agora parece ser dispensável)!

Até a diversidade do conceito ganhou novos contornos e significações. Desde os bancos apetecidos, os (in)desejados mas necessários e os abomináveis (mas aonde se pode ir ter).

Os bancos apetecidos.

Entre estes, por tudo o que somos por baptismo e cultura, ganha destaque o banco da Igreja, aquele onde nos sentamos mesmo. Aí repousamos o corpo e a alma - parafraseando por simpatia o dualismo Paulino.

Há, seguramente, imediatamente a seguir a estes, os dos transportes. Que bem se viaja, para qualquer lado, quando temos um bom assento!?

E, a completar a lista deste primeiros, os bancos do jardim, tão cantados e “saboreados” conforme as idades e as necessidades.

Os (in)desejados.

São os que usam o banco para troca de moeda. Desejado por quem está, não tanto por quem precisa.

Na medida em que ocorreu o surgimento da moeda, no período das grandes civilizações, algumas pessoas passaram a oferecer serviços em bancos. No entanto, esses serviços eram bastante restritos, sendo inclusive, vistos com “maus olhos” pela sociedade da época.

Nas feiras da Europa Central, quando as pessoas chegavam com valores em ouro para trocar por outro produto, era o banqueiro que fazia a pesagem de moedas, avaliação da autenticidade e qualidade dos metais, em troca de uma comissão - e aqui é que está o busílis!

Hoje em dia, os bancos são organizações altamente lucrativas, com sistemas de informações bancárias de altíssima qualidade. Controlados muitas vezes por quem lá é posto, independentemente do mérito. E a ocasião…

Em síntese, só vai ao banco quem não pode ser banqueiro!?

Os abomináveis.

Os bancos dos réus!

Nada a dizer. Quem vai lá parar não estará muito bem e, se estiver comprovadamente bem, sai de lá muito mal tratado. Demorará muito até que se deixe de notar, ao fim das costas, que esteve sentado em tal banco.

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