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EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.10.06

Do outro lado

Aproxima-se mais um acto eleitoral.
Cada um de nós já terá vivido, com maior ou menor intensidade e dedicação, estes momentos de decisão. Provavelmente, nada se compara ao experimentado após o 25 de Abril, por quem viveu os dois lados da “fronteira”.
A mobilização, o entusiasmo pouco esclarecido foram superadas pela vontade de participar, de decidir, de ter palavra em qualquer coisa que estava propalado como importante para o futuro comum.
É necessário, porém, enfatizar o pouco esclarecimento de então. A de mudança de regime, recorrendo a uma pré-ideia que terá, porventura, uma interpretação bastante ambígua, foi isso mesmo: mudança. E a ambiguidade, no pouco esclarecido, está nas perspectivas novas, que se abriram por altura de Abril. E, no turbilhão de todos irem. Porque muitos terão ido dado que os outros também iam. Por outro lado, com os índices de analfabetismo, poucos meios de comunicação,… é fácil analisar que a participação entusiasta situou-se entre o nada e tudo, isto é, do nada a que se tinha direito ao tudo que passou a ser permitido, ao dever cívico! - Incluindo o pouco esclarecimento que isto fomentou na assumpção da democracia.
E agora?
Será o esclarecimento necessário? Quem quer ser esclarecido?
Há tempo para ouvir o outro lado das questões, das propostas?
Haverá propostas diferentes?
A que servem um acto eleitoral? E para que serve, efectivamente?
E tantas outras questões que nunca terão resposta e tantas respostas que continuam a ser aplicadas sem que a maioria das pessoas coloque qualquer questão…
Com a abstenção ao acto eleitoral e absentismo às propostas para o governo das coisas do nosso mundo, deste mundo próximo, não tarda, se é que não é já, estaremos numa sociedade oligarquicamente tribal. A oligarquia (do grego, poucos + governo) significa, literalmente, governo de poucos. No entanto, como aristocracia significa, também, governo de poucos - porém, os melhores -, tem-se, por oligarquia, o governo de poucos em benefício próprio, com domínio da riqueza pecuniária. As oligarquias são grupos sociais formados por aqueles que detêm o domínio da cultura, da política e da economia de um país, e que exercem esse domínio no resolução dos seus próprios interesses, em detrimento das necessidades das pessoas.
E no contexto mais globalizado, talvez enveredar por uma plutocracia (do grego riqueza + poder), quem sabe? Isto é, um sistema no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico. Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é não augura nada de bom!
Em síntese, colocados do outro lado dos problemas, afigura-se (basta uma simples pesquisa on line) esperançoso o futuro de quem sonha que vale a pena insistir para que se acredite!

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