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segunda-feira, 6 de julho de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.07.08

O discurso indirecto

À escola, a cada escola concreta, vêm parar todas as solicitações e exigências contemporâneas.

Decidiu-se que ali deve ser o centro de toda a vida da comunidade educativa, mesmo quando a comunidade precisa de re-centrar a sua educação.

O currículo nacional deve ser tratado localmente, inculturado. As competências e os saberes que o determinam não podem ser desvirtuados.

Apesar disso, a formação cívica; a educação para a saúde; a participação política; os valores da cidadania e do saber estar; a justiça; a democracia; o discernimento vocacional e profissional;… tudo está à disposição da escola e é pedido à escola. E muito bem.

Muito bem porque a escola é servida por pessoas qualificadas (e muito dedicadas) para, fazer no presente, o que se espera do futuro, porque longe vai o tempo de pensar que "a abertura de uma escola não faz nem nunca fará fechar uma prisão; assim como o bem-estar material não está intimamente ligado, nem é fatalmente proporcional ao grau de instrução do povo" (reforma da Instrução Primária, 24 de Dezembro de 1901).

Por isso, é preciso assumir outros protagonistas. Os que têm a mais nobre missão na educação e formação, os pais (únicos, insubstituíveis), e os principais decisores actores sociais e políticos.

O testemunho de vida dos primeiros e a coerência de atitudes dos segundos serão contributo decisivo para a revolução humana, cultural, científica e técnica que, por estes dias, têm estado ausentes.

De que vale a uma criança ou a um jovem ter 7 a 10 horas por dia de formação se, à saída da escola, na rua, em “casa” ou no que resta dela encontram o oposto ou uma desresponsabilização permanente da educação?!

A multa injusta, a deselegância de um condutor, a intemperança de quem segue o mesmo caminho,… as notícias maldizentes (em nome de uma suposta verdade), os ecos da corrupção, a verbalização desgastante de um parlamento que leva a actos impensáveis de um Ministro!...

Como se constata, o Ministério da Educação (Nacional), designação dada entre 1936 e 1974, ao departamento governamental competente em matéria de educação, de cultura, de desporto e de investigação científica nos governos do Estado Novo, não sofreu mudança de fundo na concepção que, desde 1870 quando foi criado, tinha o Ministério da Instrução Pública. Ao chamar educação à instrução alterou-se a matriz e confundiram-se as responsabilidades.

A concluir, melhor seria chamar à colação, em vez de discurso indirecto, o que se pode ler nas entrelinhas dos vários discursos; os necessários e os que proliferam por aí. Porém, não deixa de fazer sentido uma análise interna do texto, de cada um dos discursos, para depreender o que faz sentido e o que não tem sentido nenhum.

Mas como se poderá dizer isto sem cair no mesmo erro?!

1 comentário:

Anónimo disse...

São os próprios pais a pedir à ministra da educação que seus filhos estejam na escola até às 20 horas!?!? Daqui se pode concluir como estão as famílias na sociedade moderna. Famílias totalmente centradas no consumo e na sua comodidade. Famílias que não têm capacidade de viver as novas dificuldades. Famílias que foram construídas a pensar a dois e não pensar a três, a quatro ou cinco... para não dizer: "pensar apenas a um".

Mas felizmente existem ainda uma minoria que idealiza e que concretiza o ideal de verdadeira família. São perfeitas? Não, mas pelo menos querem eles próprios dar a educação, que a maior parte das famílias dispensa e oferece o serviço à escola.

Realço, na sociedade que vive de outros valores sem ser aqueles que Cristo veio ao mundo dar a conhecer, é difícil mudar a sociedade. Mas com a oração de todos, com a nossa oferta das nossas incapacidades e defeitos, dos nossos medos, das nossas alegrias de cada dia, de tudo o que vivemos podemos... tudo pode ser oferta a Deus para que este mundo seja melhor...

A oração é algo que não vemos, mas algo fica neste mundo, se não podermos fazer mais do que isto....

E viva o Ronaldo que é o novo modelo português..:)) é pena que tantos anseiam ser como ele e poucos como S. Francisco de Assis...

Andrea