Ícones e iconoclastia
A expressão, bem o sabemos, é de etimologia grega. Disseminou-se pelo mundo para expressar, genericamente, o culto da imagem.
Provavelmente, mesmo como mera opinião de análise, porque antes da teledifusão a imprensa levava, aonde chegava, a imagem da pessoa, da ideia, do conceito.
Também a sociedade tecnológica encontrou aqui a forma de explicitar a ideia de indicar rapidamente ao público o que determinada aplicação exerce ou apenas como uma fixação ideológica de uma determinada marca. Desde muito cedo, na história dos sistemas operativos, os ícones passaram a ser utilizados como forma de executar determinadas aplicações a partir da sua interface gráfica ou, dentro de uma aplicação, a forma de iniciar ou executar determinadas tarefas.
Contudo, esta história é uma história de raízes culturais profundas.
A iconoclastia ("ícone" + “clastia”, "quebrar") é a doutrina que se opõe ao culto de ícones religiosos e outras obras. No cristianismo, a iconoclastia é geralmente motivada pela interpretação literal dos dez mandamentos, que proíbem a adoração de imagens. As pessoas envolvidas em tais práticas são conhecidas como iconoclastas, isto é, os quebram dogmas ou convenções. É um assunto importante na história da Igreja Ortodoxa durante o Império Bizantino, nos séculos VIII e IX, e dividiu em duas partes (iconoclasta – os mais ricos – e iconódulos – os mais pobres), entre 726-843. Porém também o é para a Igreja do Ocidente fazendo eco das palavras de S. João Damasceno, em Calcedónia, em que, afirma, os ícones não são apenas sermões silenciosos, livros para os incultos e memórias dos mistérios de Deus, são também sinais visíveis da santificação da matéria, possibilitada pela incarnação.
A morte de Mickael Jackson suscita esta re-visitação ao assunto.
Partiu o ícone de uma geração! Qual a imagem que perdurará; aquele contributo para que o mundo seja mais humano?!
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