A Via Crucis e outros caminhos sem cruz!
Há uma apropriação da cruz traduzida na diversidade de expressões. Provavelmente, a mais anacrónica, desajustada, abusiva, é a que grupos, indivíduos, clãs ostentam em total desrespeito pelo valor que lhe dá o Crucificado. Algumas vezes como que a exorcizar, outras, sem decoro, a decorar pescoços, tatuagens,…. tudo! É a dessacralização do sagrado, poder-se-á (a custo!) admitir. Mas custa!
O caminho da cruz também propicia a analogia com outras expressões um pouco mais aceitáveis, porque inspiradas na autenticidade e expressividade dos últimos dias em Jerusalém, palmilhados sob o peso das incompreensões.
Torna-se aceitável o mimetismo, porque a expressão faz evidenciar o organismo, que aqui é o Caminho de Jesus para o Calvário! Daí os caminhos de dor serem confundidos com caminhos de cruz!
Neste dias, que vão sendo sinal dos últimos, somos confrontados com autênticos caminhos de dor. Por um lado, a dor da perda (o sismo de Itália, por exemplo), a dor de quem não tem nada (um pouco por todas as vias dos cinco continentes); por outro, os caminhos sem qualquer sinal da bondade, da generosidade, do compromisso com a verdade, … da Cruz (ruas de Londres ou Estrasburgo; Nações Unidas em Nova Iorque, Coreia do Norte)!
Até onde irão estas duas vias?
Parece evidente que prolongar-se-ão, lado a lado, até ao infinito se ninguém as fizer convergir.
E nestes momentos (do ano e do tempo que é este) o despojamento (do fútil e ignóbil) pode fazer a diferença. E, entre tantos caminhos sem cruz, é possível desbravar manhãs de Ressurreição!?
Para já, o mundo olha para um novo Simão de Cirene, agora chama-se Obama… e todos se juntam para o ouvir, deixar-se fotografar com ele,… mas, não convém, deixar que o Essencial, nesta via de descoberta em comum, se perca no meio do barulho da multidão. Corre-se o sério risco, que é já, da única saída realmente objectiva ser… a dos fotógrafos!?
Já não basta caminhar para fazer o caminho!
1 comentário:
A Cruz está sempre presente em todos os caminhos, mesmo naqueles que aparentam não o ter.
Para o crente, é na cruz e no amor de Deus que a nossa vida faz sentido.
Uma Santa Páscoa.
Andrea
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