Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

terça-feira, 17 de março de 2009

PL, in "Correio do Vouga" - 2009.03.18

O preço de custo


Procuramos, por uma questão de zelo e sanidade económica, saber o preço das coisas, o preço de custo. E o que é que uma coisa vale realmente?

Numa primeira análise, o preço é sempre uma convenção, determinados bens, produtos, serviços, valem o que se decidiu, num leque alargado de interesses, quanto vale! Não será?

O mínimo dominador comum de tudo o que vale alguma coisa, estará no que é suficiente para as mulheres e homens de cada lugar e de cada tempo terem o que precisam para viver com dignidade e serem felizes. Ou seja, tecto, alimento e vestuário! Não será?

Depois deste período (pré-histórico, diríamos) chegou a locomoção, os adornos, as armas, o ferro, o conhecimento, … e foi só aperfeiçoar até ao supérfluo.

Lamentavelmente, hoje o que vale menos, em termos de preço de custo, é aquilo a que se acedeu, sendo essencial, em último na hierarquia das coisas essenciais, o conhecimento.

O conhecimento que vale mais é o que se consegue proteger, não deixar generalizar, o que tem uma linguagem codificada! Altos quadros de pouca coisa, algumas profissões liberais, líderes do dinheiro,… pouco mais! Ou seja, o conhecimento especulativo.

No conhecimento-saber não há investimento. As escolas? O rudimentar, serve. A investigação? Fica ao critério de cada um, à iniciativa privada.

E à questão sobre quem deveria assegurar isto tudo, por mais utópico que seja, contrapõe-se a eterna dúvida: para que servem os impostos?!

Se as pessoas pagam para tudo e para nada, viver neste planeta paga-se, quem beneficia com isso? A desproporção entre o que se paga e o que se usufrui é tão grande que o mais importante é a tabela de preços: qual o preço de custo dos bens essenciais?

A habitação, paga pelo proprietário, paga impostos por existir. Porquê? A rua, que é pública (diz-se), paga-se para circular com os meios de locomoção e para os estacionar. Porquê? Os alimentos pagam-se e paga-se sobre o pagamento com impostos por existirem, serem transportados, transaccionados e consumidos. Porquê?

É obrigatório pagar! Por isso, paga-se por pagar, caso contrário, paga-se por não pagar?!

Com tanta crise e eleições à porta, era óptimo mudar isto!

Sem comentários: