De pé
É conhecida a expressão, moldada na cultura e carácter do seu autor, Bispo de Portalegre e do Porto, D. António Ferreira Gomes, colocada nas paredes do então Seminário de Vilar (Porto): “De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens”.
Uma configuração muito importante para os dias de hoje, para a eternidade – acrescente-se! Trata-se de verticalidade!
Com esta moldura, neste quadro, que se compreende, até à admiração, a antiguidade e actualidade do estudo que uma equipa internacional (coordenada por David Braun, arqueólogo da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul) publicado recentemente na revista Science mostra pegadas atribuídas ao Homo Erectus, no qual reflectem o estilo, o peso e a altura dos homens modernos. Estas pegadas, descobertas no Quénia, mostram que os antepassados do Homo Sapiens, que viveram há 1,5 milhões de anos, tinham pés e uma maneira de andar idêntica à dos humanos actuais: “eles eram provavelmente tão capazes de andar direitos como nós”.
Estas duas incursões, que marcam a história, num contexto de permanente denúncia de fraudes à escala global mas que, essencialmente, tem reflexo na vida de cada um, localmente, pós-anunciam uma profunda revolução, uma nova era, a do carácter.
Para o exigente professor de filosofia, que também foi D. António Ferreira Gomes, “O homem existe, cumpre-se e pensa-se na história. E a história não existe, faz-se. É o homem que a faz e escreve; mas também é ela, feita e escrita, que faz o homem”
Em suma, é urgente recuperar a postura ganha há milhares de anos e perdida, pelos vistos, em tão pouco tempo.
De pé, para salvar a dignidade da humanidade!
E este gesto ancestral, tão simples, tão oportuno, tão urgentemente necessário, até se reflectirá, terá efeitos na compostura?!
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