O outro lado do mundo
É recorrente ter-se como recurso de comunicação um duplo significado semântico sobre as expressões como esta, “o outro lado do mundo”. Pode-se querer abordar a componente estratégico–geográfica, o sentido mais literal da expressão e, então, vemos a perspectiva do atlas. Ou, como recurso de metáfora, usamos a expressão para constatar a abordagem sob um olhar diferente, a outra face do problema.
Tendo presente este ponto prévio, importa olhar o mundo do outro lado do hemisfério e sentir, como nós tão bem sentimos, quanto sofrimento grassa na Austrália. Lá, como cá, levantam-se claros indícios de se tratar de acção criminosa. A perplexidade é inevitável, perante a malvadez e mesquinhes humanas. Como tudo desaparece num fragmento de tempo?! E a pessoa fica sem nada, muita vezes sem a própria vida.
É um mundo complicado, este, o da mente humana?!
Com um sentido autocrítico, que nem é necessário ser muito apurado, vamos encontrando sinais para relativizar a concepção de alegria ou de tristeza, de felicidade ou de infelicidade, de esperança ou de desânimo, de alento ou de desespero. Tudo o que somos é tão frágil e as nossas fragilidades são o que torna belo o equilíbrio do que nos faz ser, que a vida é maior riqueza.
Assim, com as notícias que chegam do outro lado do mundo… qual crise económica, financeira, energética! Tão relativo!
Com este relativismo, o absoluto, que é o nosso, passa a ser relativo nos contextos em que se vive e interage com outros de grau de dificuldade maior. Assim, chega-se e excluir ou remeter para segundo plano o que parecia intransponível, porque essas dificuldades nada são comparadas com a tragédia de quem já nada tem.
E ainda a olhar sobre o outro lado do mundo, constatamos que o nosso mundo tem muitos lados. Provavelmente o lado bom não é o melhor, nem o lado mau é o pior dos lados de mundo. É que isto de lados do mundo depende sempre de onde está cada um!
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