A confusão
Em tempos acreditei que Babel, veterotestamentária, seria superada, vencida, pela manhã de Pentecostes!
Hoje acredito que o Pentecostes foi vencido pela Babel. Inverteram-se os tempos, inverteram-se as vontades, inverteram-se os conceitos, subverteu-se tudo.
Em toda a Terra, havia somente uma língua, e empregavam-se as mesmas palavras. Emigrando do oriente, os homens encontraram uma planície na terra de chinear e nela se fixaram. Disseram uns para os outros: «vamos fazer tijolos, e cozamo-los ao fogo.» Utilizaram o tijolo em vez da pedra, e o betume serviu-lhes de argamassa. Depois disseram: «vamos construir uma cidade e uma torre, cujo cimo atinja os céus. Assim, havemos de tornar-nos famosos para evitar que nos dispersemos por toda a superfície da terra.»
O senhor, porém, desceu, a fim de ver a cidade e a torre que os homens estavam a edificar. E o senhor disse: «eles constituem apenas um povo e falam uma única língua. Se principiaram desta maneira, coisa nenhuma os impedirá, de futuro, de realizarem todos os seus projectos. Vamos, pois, descer e confundir de tal modo a linguagem deles que não consigam compreender-se uns aos outros.»
E o senhor dispersou-os dali por toda a superfície da terra, e suspenderam a construção da cidade. Por isso, lhe foi dado o nome de babel, visto ter sido lá que o senhor confundiu a linguagem de todos os habitantes da terra, e foi também dali que o senhor os dispersou por toda a terra. (cfr Gn 11)
Chegados à esperada plenitude dos tempos, na manhã do dia do Pentecostes, encontravam-se todos reunidos no mesmo lugar. De repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam.
Viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem.
Ora, residiam em Jerusalém judeus piedosos provenientes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Mas esses que estão a falar não são todos galileus? Que se passa, então, para que cada um de nós os oiça falar na nossa língua materna? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia cirenaica, colonos de Roma, judeus e prosélitos, cretenses e árabes ouvimo-los anunciar, nas nossas línguas, as maravilhas de Deus!» (cfr Act 2)
Ao ouvir o debate do programa da RTP, “prós e contras”, ressalta o óbvio: eis-nos em Babel! Basta lançar a confusão entre eles. Por exemplo,…homofobia!?
Se ainda formos a tempo, respeite-se, preserve-se o humano!
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