Portugal e os portugueses
O título é de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto. Vem o tema a propósito da nossa maneira de estar no tempo, em todo o tempo, portanto, agora também.
“É bem possível – citando o Bispo do Porto – que o singular percurso histórico que nos moldou, com tantos momentos inesperados, nos tenha tornado pouco propensos a uma consideração linear do devir pátrio ou mesmo pessoal. Igualmente nos decepcionamos facilmente quando constatamos que os outros ficam aquém dos modelos com que os prevíamos. Em Portugal – sem que tenhamos disso o monopólio – é fácil ser-se tudo hoje e quase nada amanhã. Mas também é fácil que tudo acabe por se relativizar, pela mesma indefinição dos contornos e esvaimento do concreto.”
A citação vai longa para o espaço disponível, porém, acompanhar D. Manuel Clemente, como outros percursos do pensamento nacional (Eduardo Lourenço, Agostinho da Silva, José Gil,…), é imperativo para entender o nosso tempo e os seus actores, os seus protagonistas.
Assim, subsidiários do pensamento erudito, até é mais fácil perceber o factual. Aquelas realidades que, aparentemente, são transcendentais (no sentido corrente para algo que é complexo) por tão elementares que o são.
E depois das duas semanas com “os professores”, porque não uma passagem pela selecção nacional de futebol?!
As causas são correlativas. Nada inflacionadas pelas circunstâncias. Estamos perante manifestações do ser e viver Portugal.
A razão dos professores pela incapacidade de se entender, a nível superior, que somos um povo de itinerários, de percursos. Tudo o que tem de ser feito com os portugueses é importante que se estruture numa perspectiva longitudinal: o início, a empatia, o percurso, a envolvência,… às vezes até pouco interessa o fim, os objectivos, as metas, os resultados!
Aqui entra também o ser jogador português de eleição e selecção, porque estamos na encruzilhada patenteada, exposta. Defende-se que, neste momento, para haver rendimento, é preciso parar tudo; começar tudo do princípio. Fazer um itinerário que faça repor os índices de crença, de “acreditar”, como podem ser inspiradores os fundamentados de “Portugal e os portugueses”.
Somos um povo errante pelo mundo e de itinerários em nossa casa.
Será sempre assim?! Não, com certeza que não. Mas, para mudar, é preciso… um longo caminho!
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