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terça-feira, 18 de novembro de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.11.18

O que é que quererão os professores? – parte II

Retomando o assunto, premente, os professores quererão dar o seu contributo para que o mundo (que é a escola e todos os que nela habitam) tenha esperança!
É evidente que uma estrutura consentânea com os tempos actuais (o hábito também faz o monge!) reorienta tudo. Veja-se, a título meramente comparativo, a concepção arquitectónico do património religioso antes e depois do Concílio!
O currículo é nacional mas, também com as transferências de competências (Decreto-Lei n.º 144/2008, de 28 de Julho) é curioso que só, sublinhe-se, passa para a esfera local o a) Pessoal não docente das escolas básicas e da educação pré -escolar; b) Componente de apoio à família, designadamente o fornecimento de refeições e apoio ao prolongamento de horário na educação pré-escolar; c) Actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino básico; d) Gestão do parque escolar nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; e) Acção social escolar nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; f) Transportes escolares relativos ao 3.º ciclo do ensino. Portanto, só encargos económico-administrativos. Inculturação e inserção social da escola na comunidade local… nada! Revelador!
Nos ciclos (de estudos) – o mesmo será dizer a orgânica da coisa – dever-se-ão ponderar as idades e maturidades; as ofertas formativas e educativas também beneficiarão com a inclusão do tecido empresarial e cultural onde estão inseridos. Os contributos inovadores de cada comunidade desenvolverão outras competências.
E os professores têm em mente também:
d) a diferenciação positiva da escola.
A escola é o último depositário de valores e competências no choque dos mundos! Aqui há lugar para todos, todos são bem-vindos e todos passam por lá. Mas que escola é essa?
Não é possível nivelar a escola pelos que não a querem! É importante trabalhar concomitantemente o tríptico: competência – oportunidade – rigor.
Competência para os que têm, por motivos diversos, horizontes de futuro. Que lêem para além da letra. Consciencialização para a única via de oportunidade para desenvolvimento. Rigor para todos, nos processos, nas ofertas, nos resultados.
Independentemente de todas as correntes de pensamento e laboratórios de ciências de educação, é incomportável trabalhar com quem não quer em que o mesmo pedagogo trabalhar em simultâneo entre vinte e dois e vinte e oito actores e outros tantos humores e vontades. Tudo isto de noventa em noventa minutos, com o mesmo grau de intensidade, com a mesma exigência de capacidades físicas, emocionais, intelectuais. É um lugar tão comum como autêntico.
e) a escola fonte de futuro.
Uma sociedade livre de quotas! Quotas?! Que coisa horrível. O professor prepara o futuro do país em todas as áreas! Aliás, quanto maior é a incapacidade de resolver este assunto mais se acentua a deficiente preparação que a escola deu a quem a ministra.
São necessários professores excelentes e reconhecidos como tal. A dignidade que for acometida a esta profissão é garante de serenidade dos alunos (quando chegam a casa, seja ela de quem for) e desenvolvimento de competências (nas áreas que o mundo clama!).
Esta é uma das profissões em que que todos deverão chegar ao topo, a essência e imperativo da premissa. Porém, as contingências do histórico profissional de cada um farão, em cada etapa, a graduação, a diferença. Mas por princípio todos poderão ser excelentes, porque queremos resultados excelentes, alunos excelentes. Queremos, nós, cada cidadão, o melhor na preparação do nosso futuro comum (os alunos)!

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