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segunda-feira, 30 de junho de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.07.02

Espanha!

Caiu o pano sobre o Euro 2008, organizado como bem se sabe, em consórcio, pela Suíça e Áustria. E a Espanha é a nova campeã da Europa, em futebol de selecções!

Estas duas constatações contêm outras tantas evidências acerca do “herói e sonho lusitano” que, basicamente, radica no futebol o seu expoente e acredita até à irracionalidade que agora vai ser.

O Euro 2008 sucede ao Euro 2004, ao de Portugal. Portanto, aquela pontinha de orgulho sobre o que ficou, não tendo ficado a selecção lusa para a história na final de Lisboa, era a organização, as imagens e as referências ao último Europeu (“que bom que foi o de Portugal” – comentava-se)! O Euro 2004 já não é o último antes do próximo. Encerrou-se essa memória comparativa. Temos de inventar outro motivo de orgulho!

E, com a vitória espanhola na final de Viena, a selecção nacional, a nossa selecção, é catapultada para esse patamar mítico dos “quase”! “Quase” os melhores, “quase” conseguimos, “quase” campeões! “Quase” acertamos! Etc.

Pelo seu passado recente, esse título recaía sistematicamente sobre a Espanha. Mas foi superado! Nas últimas competições aparecemos e, quando ninguém deu nada por nós, organizámos a arte com a sabedoria (leia-se atitude, coesão, humildade) e lá fomos dando nas vistas… Mas , entretanto, depois de uma oportunidade perdida em casa (Euro 2004) e o brilharete no Mundial 2006, esperava-se mais no Euro 2008. Fomos campeões da vaidade e da promessa adiada.

E lá vamos coleccionando “quases”: 1966 (um brilharete!); 84 (a surpresa da estreia em europeus),… derrocada em 86! 1996 (quase, quase); quase em 98; brilharete em 2000; derrocada em 2002 (éramos só os melhores do mundo! Até tínhamos o Figo!)! Quase em 2004, brilharete em 2006, derrocada em 2008 (éramos os melhores da Europa! Até tínhamos o Cristiano Ronaldo!).

Porém, para consolo da parte mais ocidental da Península Ibérica, se não fosse D. Afonso e 1640, as nossas ”independências”,… a esta hora também poderíamos festejar legitimamente!

Há quem aprenda com os erros? Dizem que sim, … até há novas oportunidades!?

Apesar de tudo, não será pior aliás, a par com à praxis, aprender, …porventura, … com o desenvolvimento de competências; sempre dá outro fundamento, outro substrato!

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