Campeões também por cá
Há um novo modelo, aquilo a que os investigadores e profissionais da educação e decisores da política educativa denominam como um novo “paradigma” educativo.
A escola tal como (ainda) está organizada, portanto, na sua organização, corresponde a um modelo em que, como o reflecte A. Toffler, o desenvolvimento da hierarquia administrativa decalcou o modelo da burocracia industrial, os alunos ao entrarem na escola sentiam/sentem a estrutura que mais tarde encontrarão no mercado de trabalho (industrial, sublinhe-se): massificação, campainha, autoridade (do professor), concentração em grupos de produção (turma), edifícios fechados e construídos com materiais idênticos aos das fábricas, parque exterior extenso e desprovido de elementos pessoalizados,… O currículo bastante formal e fixo culmina o que se pretende incutir de política e ideologia estatizantes!
Ou seja, a escola tem servido para legitimar a estrutura social vigente com uma organização burocrática, linhas de autoridade hierárquica, fragmentação do trabalho e remunerações desiguais.
Em consequência, com a crise social na mudança do milénio, o desenvolvimento tecnológico, a descoberta do jogo como pedagogia diferenciada, há uma ruptura com o modelo de formação clássico. E começam a surgir sinais novos, um novo paradigma. Hoje, ninguém ignora que a escola já não é a única nem o mais importante centro de desenvolvimento do saber e do conhecimento. Não é possível rivalizar com a informação exterior que entra pela escola dentro. Não é possível, nem aconselhável, combater modelos mais dinâmicos de formação. Portanto, será urgente dar espaço à articulação dos extensos e inovadores currículos para que o que se aprende noutras unidades de formação possa ser analisado, ponderado e harmonizado como forma de garantir a equidade e a igualdade de oportunidades!
E ao ser parangona a notícia das jovens campeões nacionais (cadetes femininos) do Esgueira, claramente numa modalidade e escalão de formação, deve haver motivo para suscitar novos conceitos na didáctica e projectar as consequências para o futuro no contexto da formação integral!? Há espaço para a inclusão no currículo deste e de outros modelos de formação? Rentabiliza-se o esforço, que se felicita, para redescobrir o saber para além dos domínios pré-concebidos?
Hoje, como ontem, há oportunidades de ir além do cansado superficial bordão de “fazemos isto por prazer”! Faz-se por prazer?! Óptimo, porque aprender deve ser um prazer!
Entretanto e enquanto não se pode chegar mais longe…viva o Esgueira e quem forma com metodologias atractivas! Mas, na escola,… quer-se mais!
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