25 de Abril?!
Passou!
Passou mais um feriado, por sinal bem agradável, do 25 de Abril.
Na nossa cultura, há assim uns feriados “tipo lavadouro de roupa suja”, de gente zangada com o sistema, uns com os outros! Ao ponto de existir um desinteresse generalizado sobre as questões (à volta da efeméride) e das razões para a efeméride.
O 25 de Abril é um daqueles preocupantes eventos, uma data sem referência – como se pode deduzir, mesmo que abusivamente, das palavras do Presidente da República.
Não há contexto no discurso e a oratória é arte em desuso!
Não há coerência na evocação – muitas perspectivas, demasiada diferença de concepção.
Não há mobilização, teria de haver razão.
Não há memória e a que ainda existe vai perdendo-se no tempo.
Não há conhecimento, nem transmitido nem adquirido;
Não há ideias, apenas a evocação do final de qualquer coisa!
…E os jovens não se interessam!?
Não se interessam os jovens como não se interessam os menos jovens, quer sejam mais novos, quer sejam mais velhos!
O sintoma mais elucidativo, do que poderão os jovens manifestar, estará no anacronismo discursivo acerca do “futuro melhor” que o 25 de Abril trouxe a Portugal! Futuro melhor?!
Os jovens, desde há vários anos (até para provocar) gostariam de viver esse passado em que os jovens podiam sair à rua a manifestar-se contra regime, fugir das forças vigentes, andar a salto; deixar a casa em trupes; alistar-se; gritar palavras de ordem. Ser protagonista ao vivo do que ainda hoje transmite a TV quando se reúnem os países do “G 8”!
Quase tudo o que se diz ter terminado com o 25 de Abril, é sedutor para provocar a reacção do jovem. Tudo o resto é memória, aquela memória que não se apaga mas é preciso ser memória!
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