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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

PL, in "Correio do Vouga" - 2008.02.06

Regresso ao passado

É assim que podemos observar o ocorrido este fim-de-semana em matéria de prestação desportiva: o Beira Mar voltou ao velho estádio Mário Duarte! E voltou descontente com o futuro, com tudo o que implica seguir em frente, progredir, sair daquele comodismo monótono de tudo absorver em si e nas suas limitações. Daí, sem vontade, sem atitude, sem fazer desse acto um momento particularmente transcendente!

Aqui residem muitas das incompatibilidades humanas, das suas instituições e relações. O ser humano regressa ao passado para ficar na mesma, sem acreditar que o caminho percorrido é para o futuro, mesmo quando implica desprendimento de si próprio para ganhar esse mesmo futuro!

Regressar ao passado, desta forma, dá um mote trágico à vida, algo baseado na vontade de não querer mudar! Ou seja, reduzir os horizontes, até onde se poderia ir, à condição de si mesmo, de não sair de si próprio, do seu mundo, por mais mundo que possa ter à sua volta. É o egoísmo, as opções por inclinações específico e exclusivamente individuais (quer sejam as pessoais ou quer sejam as colectivas)!

No início do mais um milénio, do século XXI, ainda deveria haver o direito de acreditar que é possível, desejável, … o regresso ao futuro (indo muito para além da memória da sequela dos anos 80, de Robert Zemeckis). Falamos de um futuro inspirado, inspirado no altruísmo, entendido como abertura à solidariedade, à doação desinteressada, abertura aos demais, os que estão longe e ao que estão perto, para que, tal como protagonizou Augusto Comte, surgir o conjunto das disposições humanas (individuais e colectivas) que inclinam as pessoas a dedicarem-se aos outros, ao que as rodeia,… a terem futuro!

Sem esta perspectiva axiológica, em síntese, não haverá nenhum Beira Mar, seja ele qual for, que tenha futuro!

E o passado sem perspectiva de futuro, não tem presente! Acabou!

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