Sem pão
É costume dizer-se neste contexto, que é em tudo desportivo – até parece pleonasmo, não é? -, que os clubes, em determinados momentos dos campeonatos, nos momentos cruciais de decisão, sobretudo quanto há alguma pressão negativa (aquela que tira o sono mas não dá solução aos problemas, por contraponto com a que estimula para vencer porque todos, ou cada um, acreditam que os objectivos são concretizáveis), usa-se a expressão “precisam de pontos como de pão para a boca”. Ou seja, poder-se-á entender que os pontos são pão. E o pão? Serão pontos!?
O disparate publicitado pelos jogadores do Benfica, no jogo passado, em Setúbal, revelou, a ser verdade a expressão, que não havendo pontos também não há pão!
Como será possível não haver pão em mesas tão fartas – a não ser que sejam mais as vozes do que as nozes?!
O que distinguirá este famintos, que tudo têm menos comportamento que os deixe na memória das coisas imortais, de outros que, mesmo sendo pobres não são famintos, e tudo fazem para dignificar a memória, olham para o sacrifício com sentido de dignidade (o único que vale a pena, diga-se!), e conseguem elevar a consciência e a vida de quem os contacta para patamares de reconciliação com a humanidade que aplaude, que vibra, que deixa-se inebriar pela excelência do pormenor?!
É quase inevitável comparar o gesto destes “sem pão” com a gesta de outros que, mesmo com comportamentos que poderiam não seduzir a maioria, deixam obra, fazerem perdurar no tempo a arte de ser diferente, ousado, prenunciado.
A diferença sempre está nas obras, as que se fazem e as que se deixam por fazer!
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