Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

in jnnf, ano XXXVII, nº 382 (Janeiro 2008)

Invasão e insurreição!
Por causa da Câmara de Aveiro, do PUCA, da EN 235, da Estação de Tratamento Mecânico-biológico e de todos os outros casos passíveis de impugnação.

São tudo projectos necessários!
São todas pessoas de bem!
Todos?! Sim, todos!
Porém, há um secular hábito português de recorrer amiúde à aldrabice! Isto é, usar da aldraba para fechar tudo!
A aldraba, como é muito bem conhecida entre nós, é um fecho, geralmente de ferro, grotesco, para cerrar uma porta, normalmente a porta da rua, também a do quintal e até a dos currais do gado!
Pois claro!
É uma palavra de uso secular, tem a sua origem no árabe, desde que estiveram entre nós (como invasores!?), dizia-se então.
Os árabes chegaram até nós por via da chamada Invasão da Península Ibérica, com a derrota de Rodrigo, último rei Visigodo de Espanha, em 711.
Sim, 711! São muitos séculos de aldrabas!
A reconquista cristã, de todo o território peninsular, veio a durar cerca de oito séculos, ficando “concluída”, em 1492, com a reconquista do reino muçulmano de Granada pelos Reis Católicos. Em Portugal, a Reconquista terminou com o domínio definitivo de Silves pelas forças de D. Afonso III, em 1253.
Em síntese, a rica cultura árabe influencia de tal modo a nossa cultura, a nossa maneira de estar na vida e com as coisas da vida que até aldrabas (também denominadas comummente por aldrábias!) nos deixaram, isto é, repetindo, coisas fechadas de forma grotesca, sem cuidados em demasia!
Passado todo este tempo (quase mil anos!) está enraizada a cultura da aldrabice! É difícil sair dela.
Assim, entende-se que (também) em manifestos ou similares, de apresentação conjunta das ideias e pessoas candidatas a determinados cargos, para algum projecto abrangente, como, por exemplo, governar um Concelho, diga-se uma coisa e tome-se a decisão de aplicar o seu contrário! É nitidamente um caso de aldrabice, de recurso à aldraba para fechar a porta, o processo!
E, sem querer, pessoas que se propuseram agir como pessoas de bem, passam a ser conotadas por aldrabas, como aqueles que assumem uma postura de fechar (a discussão, a decisão) de forma precipitada!
Tudo isto poderá levar à confusão entre aldraba e aldrabões – aldrabas muito grandes!?
E as pessoas serão levadas a agir, com recurso à cultura secular dos que nos precederam, a insurgirem-se, passarem à reconquista, pela impugnação, porque não?!

Sem comentários: