Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carnaval e Pagode

 
É voz corrente que não é com atos carnavalescos, no sentido popular da expressão (coisas burlescas que se toleram em nome da diversão, do convívio social), que o país recupera a sua competitividade laboral e força produtiva. É óbvio que com a justiça mais eficiente, a administração (pública e privada) menos burocrática e “garantivista” (é necessário provar tudo porque não há prática de cruzamento de dados dentro dos mesmos serviços, muito menos em rede entre serviços diferentes), incentivos e supervisão eficaz à produção, o país seria mais rico num ano do que em toda a vida a brincar ao carnaval e feriados!
Neste tempo, como se constata, sendo o Carnaval uma festa de grande interesse nas sociedades, relevante na economia local e nacional, em alguns países, em nome do crescimento económico e consolidação orçamental, faz-se de conta que não é feriado mas no dia as instituições fecham, dão tolerância de ponto e, mesmo quem tem de cumprir os mínimos para não sofreram represálias ou assegurar o serviço, acabam por viver em carnaval no posto de trabalho.
É um pagode!
Um pagode em toda a sua latitude etimológica (consulte-se um lugar em rede e procure-se “pagode”: templo ou monumento memorial budista, composto por uma torre com múltiplas beiradas; moeda de ouro utilizada no Sul da Índia no século XVI; estilo musical, variedade do samba; festa, por extensão, roda de samba, reunião de sambistas; pagode de viola, também conhecido como pagode caipira ou pagode sertanejo - estilo musical, variedade da música sertaneja, inventado e difundido por Tião Carreiro – impactos do Brasil).
Em síntese, para o Carnaval, com toda a preparação e expressão, demora tempo a ser organizado e vive-se em três dias, como é facilmente constatado.
É por compreendermos a longa preparação destes três dias, até exige tentativas empíricas sobre o que fica melhor, que se percebe a troca do hino português pelo espanhol, no brasil, quando todos esperavam pelo hino espanhol, no início de uma partida de basquetebol entre o Brasil e Espanha, foi o hino português que se fez ouvir; e o momento insólito quando António Félix da Costa subiu ao pódio, depois de ter conquistado a Taça Intercontinental da FIA em Fórmula 3, quando tudo esperava ouvir «A Portuguesa», e tocou o hino da Suécia; a inversão da bandeira portuguesa no hastear do “5 de outubro”; os pagodes chineses estampados na Lusa Bandeira, entre as que estão alinhadas às portas do Conselho Europeu; as loucuras orçamentais para gastos de algumas “ Castas” superiores do nosso Estado;…. São coisas inerentes aos preparativos de Carnaval!
Sem um certo pagode, isto não seria tão carnavalesco.






segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Obreiros da paz


Quando chega o verão, é recorrente ouvir o elogio a quem acorre a socorrer aqueles que mais precisam. Também aqui, neste apontamento, já fizemos referência aos soldados da paz, aos Bombeiros.
Em pleno Inverno as coisas são diferentes, algumas vezes indiferentes.
Neste Inverno, os Bombeiros Velhos de Aveiro apresentaram novos veículos na celebração dos seus 131 anos de corporação. Um veículo tático urbano avaliado em 115 mil euros e uma ambulância de transporte de doentes não urgentes orçada em 35 mil euros foram as prendas mostradas no dia de festa. Os Bombeiros Velhos assumem que os tempos de crise dificultam a ação mas não perdem de vista novos projetos e a data foi aproveitada para reafirmar a vontade de construir novas soluções no domínio social com a criação de uma cantina e uma biblioteca - noticia a Rádio Terra Nova.
E tomando apenas como exemplo esta cooperação, vimos a referência à realização das “II Jornadas Técnicas de Emergência e Intervenção na Crise, subordinadas ao tema “Catástrofe” na parte da manhã e a “Intervenção Psicológica” durante a tarde.
Também são noticiados torneios e outras atividades de motivação e fortalecimento do sentido de corpo!
Estas notícias conduzem-nos à necessidade de uma visão mais alargada sobre a ação dos bombeiros, a diversidade de solicitações a que ocorrem.
É impressionante, só estes dias em Aveiro, quantas ocorrências, por acidente, crime ou indigência?! Acidentes de gravidade e dimensão diversas, homicídios, tempestade, doentes, mergulho,… uma obra social com contornos humanitários incomparáveis!
Tomámos um exemplo, os Bombeiros, mas queremos ter no horizonte o “efeito icebergue” de praticamente todas as ações humanitárias, com valor filantrópico, fundamento cristão: o que se vê é apenas a ponta de um volume enorme de pessoas, de tantas outras ações que dão suporte, sustentabilidade ao plano de intervenção!
Quando se discute o papel social do Estado e a sua sustentabilidade, perante tantas redes sociais de emergência, quase que somos a suspeitar que o que encarece essa dimensão dos Poderes Públicos não serão as limitações orçamentais das suas ações mas os privilégios dos que estão ao seu serviço!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A voz do vento


A experiência sentida e partilhada por milhares de portugueses dá uma dimensão da incapacidade humana perante a força da natureza, onde nos inserimos mas da qual, se dúvidas persistissem, não somos senhores, donos, proprietários.
Estes dias de janeiro até podem ser (deverão ser mesmo!) de poderoso apelo ao discernimento, tal como é cantado nas últimas décadas: se ouvires a voz do vento, chamando sem cessar. Se ouvires a voz do tempo, mandando esperar,… se ouvires a voz do mundo, querendo-te enganar,… a decisão é tua.
Não faltam expressões de espanto perante a força dos elementos. O mesmo espanto é estupefação vistas as consequências: a natureza exprime a sua força e os homens e mulheres do século XXI nada podem! Ficam em casa mas até a casa é arrancada do chão; querem água e nada têm para além da que cai sem cessar; querem o conforto do aquecimento mas até este é retirado; querem comunicar, divertir-se, alimentar-se, cinema,… não têm energia! Reféns frágeis domesticados em conforto, presos a uma linha simples de uma rede, fica-se aturdido quando esta falha. O mais importante da vida, tal como a própria vida, são pequenos filamentos que nos unem.
NB: ainda na “noite das trevas” um canal de notícias transmita o drama humano provocado pela cobiça, instalada no Mali e outros países do Magreb, na exploração do Urânio para as Centrais Atómicas de França e gás natural para “confortar” a Europa.
A obra humana soçobrou! E agora?
Se é aceitável que “palavras leva-as o vento” não deixa de ser importante considerar que há palavras que são obra. Portanto, podem galvanizar, dinamizar o coletivo. É isso que se espera, por exemplo, das palavras de governo, de liderança. Seriam as palavras feitas presença, solidariedade. Não houve ou não se ouviram! Até se percebe, no meio de tantas tempestades estas até podem ser consideradas como menores! Coisas que passam. Seria aqui que, outrora, entravam os Governos Civis… a palavra, a presença dos Representantes junto de quem mandatou para o exercício da governança para dar coesão ao território e a quem o constrói. Tudo o vento levou!
Enquanto o vento varre o país, outras vozes reassumem o comando do mundo. Obama jurou servir a América e, pela influência que detém, também um pouco de cada um de nós. Sopram ventos de mudança na imigração, alterações climáticas, justiça social e política externa assente na paz.
O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh’alma trágica e doente
Não sabe se há-de rir, se há-de chorar!

Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amor,
A tua voz tortura toda a gente! ...

Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim ! ... Ó vento, chora!

Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
e a gente andar a rir pla vida fora!! ...
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
(in Correio do Vouga, 2013.01.23)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Melhores do mundo

Em regra, há um reconhecimento generalizado pela competência dos cidadãos Lusos nos desempenhos a que são chamados ou tomam a iniciativa.
Num tempo de alguma, estudada, apreensão coletiva pelo futuro, surgem enumerações de personalidades, estudos, relatórios, descobertas, ideias,… casos de sucesso, de muito sucesso. E não são casos ímpares, situações de exceção; são sistemáticas demonstrações e reconhecimento de práticas consolidadas.
Num país com as características de Portugal, o sucesso deverá ser enfatizado. O triunfo individual é relevante para estimular o coletivo. Até há determinadas situações de agraciamento devidas às características geo-periféricas do país (pequeno, com parcos recursos energéticos,…Portanto, há um mundo de oportunidades que galvaniza, projeta os portugueses.
Por estes dias, o desporto trouxe mais alguns exemplos Ronaldo, Mourinho, Pedro Proença. Também António Félix da Costa, no desporto automóvel esteve em destaque.
Mas as seleções de futebol, de rugby, andebol,... hóquei em patins, claro, grandes prestações.
Na ciência, destaque para Mónica Bettencourt-Dias, investigadora principal do grupo de Regulação do Ciclo Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência. Recebeu a bolsa "Keith R. Porter" da Sociedade Americana de Biologia Celular (ASCB). Este prémio anual, foi estabelecido em 1999 e reconhece a excelência do trabalho de um biólogo celular no inicio ou meio da sua carreira científica e tem como objetivo encorajar outros jovens e cientistas a prosseguir os estudos nesta área. Portugal é dos países do mundo com maior taxa de participação feminina em tarefas de investigação científica.
No Campeonato do Mundo de Debates Universitários 2013 (WUDC), que decorreu durante os dias 27 de Dezembro e 3 de Janeiro em Berlim, patrocinado pela Universidade Técnica de Berlim, McKinsey, entre outros, saiu vencedora a Sociedade de Debates da Universidade do Porto.
Também podemos falar de enormes projetos singulares, emblemáticos: Centro de investigação Champalimud, o Aquário de Bacalhaus do Museu Marítimo de Ílhavo.
As referências são diversas e extensas, o que nos obriga a abrir apenas a base remota do espectro.
Falta-nos reconhecer o que somos para conseguirmos avaliar a nossa dimensão! Reduzindo tudo a pó e cacos nunca conseguiremos sair dos Relatórios do FMI ou outros pareceres técnicos que nos reduzam a números, por sinal bastante ridículos.
No ano europeu dos cidadãos e o ano internacional da cooperação da água abrem-se outras oportunidades para vencer.
(in Correio do Vouga, 2013.01.15)