Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Pobreza, um bom negócio?

 

Porque passou esta semana o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Celebrou-se a 17 de outubro. A data foi comemorada oficialmente pela primeira vez em 1992, com o objetivo de alertar a população para a necessidade de defender um direito básico do ser humano.

A erradicação da pobreza e da fome é um dos oito objetivos de desenvolvimento do milénio, definidos no ano de 2000 por 193 países membros das Nações Unidas e várias organizações internacionais.

A pobreza no mundo, segundo dados revelados pela UNESCO, aponta que 842 milhões de pessoas continuaram a sofrer de fome crónica entre 2011 e 2013.

Contudo, a pobreza está a diminuir a uma taxa sem precedentes. Em 1990, 43% da população mundial vivia em pobreza extrema, com menos de 1,25 dólares por dia. Este número reduziu para 21%, mas há ainda muito trabalho pela frente, especialmente no continente africano.

Por sua vez, em Portugal o número de pobres e de pessoas que passam fome tem vindo a aumentar, em resultado da crise.

Segundo dados revelados pela Rede Europeia Anti-Pobreza, 18% dos portugueses são pobres. De acordo com esta organização, o número europeu que serve de referência para definir a pobreza equivale a um vencimento mínimo mensal de 406 euros.

Portugal surge na 141ª posição do top dos países mais pobres do mundo, com um PIB (PPC) per capita de 23,185 dólares.

As instituições de apoio e caridade social – não são necessários pruridos semânticos o que vale mais entre caridade e solidariedade, trataremos disso no próximo Correio do Vouga - têm registado um aumento significativo do número de pedidos de apoio por parte das famílias portuguesas.

E voltando ao título, será um bom negócio?

A Fundação Lusitânia defende, tendo vindo a trabalhar nesse sentido, sob o princípio que a economia é uma ciência social, tendo havido uma evolução anormalmente do ponto de vista técnico e científico, mas com sérios retrocessos sociais e humanos. As pessoas são parte da solução para os problemas económicos e deveriam ter as ferramentas para serem autossuficientes. E propôs áreas (Zonas Especiais de Economia Social de Mercado) com autonomia fiscal, administrativa e jurídica, que garantam um ambiente seguro para o início de um processo produtivo sustentado, em que o ser humano seria o centro. No fundo, zonas protegidas, com uma cultura própria, onde as infraestruturas já existentes são aproveitadas, de forma a tornar os locais intervencionados autossuficientes e até exportadores de recursos, acabando com a subsidiodependência. Se sem crescimento económico não há progresso, uma ZEESM só é autossustentável se for rentável, criar riqueza é mais importante do que fazer dinheiro. A ideia de que todos os ricos são os responsáveis pela pobreza e que para combater a pobreza é preciso combater a riqueza é algo profundamente errado. As ZEESM propõem formas mais eficazes e mais rentáveis de continuar a criar riqueza, abrindo novos mercados, isto é, a partir do fator social, se combatermos a pobreza de forma adequada, vai-se criar mais riqueza. Portanto, um bom negócio.

Refletindo sobre a origem da expressão (negação do ócio), porque não?

(Correio do Vouga, 2015.10.21)

Sem comentários: