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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O regresso

 
E tantos regressos de que podemos falar…!
Desde logo o recomeço depois de férias. Se abordámos a despedida (Até já) também queremos assinalar este reinício que, como desejamos em todos os regressos, seja marcado pela vontade de assumir com determinação tudo o que foi interrompido, para concretizar o sonhado.
Este regresso também bebe inspiração em Fernando Pessoa: “Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro,/ Forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim. /Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei./Eu reinei no que nunca fui.”
Cá estamos a regressar!
E tal como a partida é de esperança no regresso, o regresso é de redobrada esperança no futuro, porém…
O mundo, o mais próximo, próximo mesmo, e o de mais longe parece também voltar ao início, a um regresso pesado e pesaroso, porque dá ideia da memória curta que o ser humano estabelece por predefinição: Aveiro sem alma em tempo de verão – até algumas parangonas (só isso) sonantes para este tempo não passaram de “bluff” (passe o inglesismo); Portugal à beira das eleições e há correntes no espaço público que tendem a defender o caos suscitando para a política como que um bando de malfeitores, como um mapa tenebroso pejorativo da democracia (da Grécia, a clássica, claro!): sofistas (que ensinavam a arte de bem falar), a retórica (a arte de convencer os outros pelo discurso) e a demagogia (quem conduz o povo menos afortunado); cinismo (viver na virtude de acordo com a natureza) e hipocrisia (representação)! E, claro, temperado, neste tempo, com “só corruptos”! A política é a casa comum administrada pelo poder representativo, em nome das pessoas, que têm a melhor oportunidade de exercerem o poder nos momentos de decisão eleitoral! Confundir é interesse de quem quer deturpar por artimanhas.
E há outros regressos…
Rotinas, desde logo!
E, preocupante, insistentemente preocupante, o movimento de desalojados na Europa – o maior desde a Segunda Grande Guerra!? Pessoas sem nada que nada têm a perder!?
Tem razão o Papa Francisco (a Terceira Guerra Mundial já começou)?!
As fortalezas, aquelas que parecem inexpugnáveis, também caem! Não dá para ver?
Provavelmente, a maior força da destruição da Europa é aquela que não se vê.
Que o reinício não seja regresso ao passado!
(Correio do Vouga, 2015.08.26)













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