Em frente, vamos!.

EM FRENTE, VAMOS! Com presença, serenidade e persistência, há boas razões para esperar que isto é um bem...

Páginas

terça-feira, 8 de abril de 2014

Desemprego jovem

 

Numa ação concertada da Justiça e Paz Europa, uma rede Justiça e Paz que congrega 30 comissões nacionais de toda a Europa, mandatadas pelas respetivas Conferências Episcopais para se pronunciarem e agirem nas áreas da justiça social, paz e desenvolvimento, há um pronunciamento sério, estudado, na Quaresma de 2014, sobre desemprego jovem, uma crise que ameaça o nosso futuro!

É imperioso realçar a reflexão (excertos) da Justiça e Paz Europa.

Os jovens europeus estão a pagar um preço caro pela crise económica que atravessa a Europa. Embora o problema do desemprego existisse já antes da crise financeira e económica, a taxa média nos países da União Europeia (UE) é cerca de duas vezes superior à da restante população, com vários países a registarem taxas acima de 50%. É importante juntar todas as vozes aos apelos por uma estratégia que combata esta situação de injustiça.

Hoje, a realidade para muitos dos nossos jovens é a de que se encontram excluídos do mundo do trabalho, em resultado das condições económicas e sociais dos seus países e da falta de oportunidades adequadas às suas capacidades e qualificações. As consequências, tanto a nível pessoal como social, são devastadoras. A atual geração jovem pode tornar-se numa geração perdida e o risco de exclusão social associado à idade jovem constitui um sério desafio para as nossas sociedades europeias.

As necessidades do mercado e do setor financeiro foram colocadas à frente das necessidades da sociedade e em particular dos jovens. Eles representam o futuro da nossa sociedade, mas as suas perspetivas de vida têm sido diminuídas e a sua dignidade desrespeitada, correndo o risco de se tornar uma geração perdida. O impacto desmoralizante do desemprego desencoraja muitos jovens de investir na sua formação e de empreender. Outros decidem emigrar procurando melhores oportunidades. Se a liberdade de deslocação de pessoas entre países é certamente bem-vinda, as consequências para as comunidades que perdem um número elevado de jovens, como a portuguesa, poderão ser devastadoras.

É necessário o envolvimento dos empregadores para que se criem genuínas oportunidades de emprego para os jovens. Igualmente importante é a existência de regulação que previna a exploração dos trabalhadores jovens, garantindo que o seu trabalho é remunerado de forma justa e que quaisquer oportunidades de formação e estágio são enquadradas de forma adequada.

É necessário reconhecer que muitos jovens estão desiludidos com as lideranças e processos políticos, que consideram terem ignorado as suas necessidades e preocupações. A generalização desse descontentamento é perigosa para a democracia e ameaça a estabilidade futura da nossa sociedade. Assistimos a nível europeu a manifestações desse desencanto e revolta de forma diversas, incluindo protestos violentos e apoio a movimentos políticos extremistas. Paralelamente a uma estratégia para o emprego, os líderes políticos devem investir na democracia, utilizando mecanismos de consulta que envolvam os cidadãos e os jovens em particular nos processos de solução desta crise.

Neste contexto, os valores que comunicamos aos jovens relativamente ao trabalho e ao emprego são importantes. Os valores fundamentais da solidariedade, bem comum e serviço aos outros podem perder-se na nossa sociedade crescentemente materialista.

Sem comentários: