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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pontapé pela escada acima

 
Quando alguma organização, minimamente distribuída, quer desenvencilhar-se de um colaborador, de um ativo, é corrente despedi-lo. Porém, também há casos em que o custo do despedimento pode ser muito elevado. É aí que surge a hipótese de resolver o assunto através da promoção, contrariando o princípio (da incompetência) de Peter – em síntese, um bom quadro inferior não quer dizer que o seja numa função superior. A isto chama-se o “pontapé pela escada acima”.
Este recurso de administração está em voga no nosso país. E, como se não bastasse ser algo de pernicioso, alastrou como virtude. Tudo em nome da austeridade, do “perde-pagas” no jogo dos movimentos financeiros internacionais.
Um caso ilustrativo está nas contas do Governo do país, espelho do nosso próprio governo – do governo das famílias portuguesas na generalidade, bem se vê. Há, no entanto, uma ligeira diferença que faz toda a diferença: enquanto as famílias portuguesas têm de ser criativas, organizadas, empreendedoras, rigorosas,… as contas do país são monótonas, de merceeiro, no sentido mais pejorativo do termo, abusivas, deprimentes.
Por tanto se promover pela “escada acima”, chegamos a este cenário de desassossego, de preocupação, desespero. Só pode ser por isto, pela promoção escada acima! Não se vislumbra outra razão. Há pouca consistência. Qualquer cidadão que fale mais alto, mesmo não tendo bases para sustentar uma posição consequente, substancialmente estruturada, corre o risco de chegar longe na carreira (seja ela qual for); é um perigo! Mas nem sempre se quer ver…
Para concluir, esperamos que a manifestação das forças de segurança, a semana passada, não tenha sido provocada por esta visão peregrina de “ir pela escada acima”. Se assim for, estão à porta de atingir o patamar mais alto da administração. Depois do Parlamento o que resta? Acima mesmo… pensamos que Belém, não é?
Com este Orçamento, até Belém pode não chegar ao Natal, aqueles muritos do Jardim Colonial sobem-se num instante!
 
(in Correio do Vouga, 2013.11.27)








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