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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

EFEITOS ORTOGRÁFICOS

 

O novo acordo ortográfico trouxe alguma complexidade efetiva à redação do português. Porém, também a sintaxe e a fonética sofrem com as alterações. Vemos o assunto com alguma distância crítica mas sem grande convicção sobre as hipóteses de ser muito diferente. Em tese, tudo o que seja “acordo” é um benefício em sim mesmo; “acordo”, do Latim “ad”, “junto de” mais “cor”, “coração”. Um acordo, na verdade, só se consegue de coração a coração, no sentido de que se deve ser fiel aos seus termos.

Em suma, é importante ter um mini-guia sobre o assunto. Vamos dar uma pequena ajuda.

O que muda?

Algumas palavras que se escreviam com maiúscula inicial deixam de ser; são eliminados alguns acentos que constituíam exceção; são eliminadas algumas consoantes mudas que não pronunciamos mas que tínhamos de escrever; alguns aspetos de utilização do hífen são sistematizados.

O que não muda?

As consoantes k, w, y; o trema nos nomes próprios e derivados; os nomes das pessoas, independentemente das alterações aos acentos, consoantes,…; o uso do hífen em: unidades discursivas lexicalizadas, as palavras que derivam de um nome de lugar com mais do que uma palavra.

Parece pouca coisa mas como são pormenores de grande expressividade têm impacto, provocam diversos constrangimentos.

Pensamos até que é por estas razões, as do Acordo Ortográfico, que vamos sentido perplexidade na capacidade do nosso Governo acertar com algumas grafias. Por exemplo, não vamos subir os impostos – sobem em tudo o que mexe e em tudo o que fica parado, mesmo que não respire; limite para benefícios fiscais em sede de IRS e querem aplicar uma multa a quem não pedir fatura (para que é a fatura? Cada cidadão um guardião do Estado?! – caminho perigoso este…); não haverá subsídio de férias nem de natal para a função pública em 2012 e 2013 (pelo menos?!) – então por que é que está imputada verba para esse fim no Orçamento da Assembleia da República (Diário da República, 1.ª série — N.º 200 — 18 de outubro de 2011, Resolução da AR nº 131/2011)?!

Só acreditamos em tudo isto porque estamos no período transitório para a aplicação do Acordo Ortográfico! E tudo isto, do Acordo Ortográfico, tem alguma complexidade, provoca equívocos, enganos, gralhas (muitas gralhas),… temos de estar vigilantes para ajudar na correção!

(in Correio do Vouga, 2011.01.01)

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