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terça-feira, 31 de maio de 2011

31 de Maio

O dia não passa despercebido, é de efeméride internacional, o Dia Mundial Sem Tabaco, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS)para alertar para as consequência do tabagismo, a principal causa, evitável, de morte e doença.

Segundo a OMS, mais de cinco milhões de pessoas vão morrer, este ano, por doenças relacionadas com o tabaco, tais como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), cancro e doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

Este número não inclui as mais de 600.000 pessoas, 25 por cento das quais crianças, que vão morrer devido à exposição ao fumo ambiental do tabaco.

Algumas curiosidades valerão a pena nesta evocação.

As origens mais remotas apontam para a América Central onde, por volta do século IX, onde haveria o hábito de aspirar a planta seca na forma de cachimbos feitos de bambu. Os Maias e posteriormente os Astecas, fumavam várias drogas psicoativas durante rituais religiosos que eram frequentemente retratados em cerâmicas e gravuras de templos. No Caribe, México e nas Américas Central e do Sul, o cigarro e o charuto eram o método mais comum para se fumar até aos tempos recentes.

O cigarro produzido na América do Sul e América Central usava várias plantas como embrulho. Quando chegou a Portugal e à Espanha a passou a ser em palha de milho. O papel fino para embalagem foi introduzido por volta do século XVII. O produto resultante era chamado "papelate" e foi retratado em várias pinturas de Francisco de Goya.

Por volta de 1830, o cigarro foi inserido na França, e recebeu o nome cigarette. A partir de 1845 começou a ser produzido em escala industrial sob monopólio estatal e entrou nos circuitos comerciais altamente rentáveis. Durante a Guerra da Crimeia (1853–1856) o uso do cigarro foi popularizado entre as tropas francesas e britânicas, estas imitavam os turcos que fumavam o tabaco em cachimbos. Em 1833, aparecem na Espanha os primeiros pacotes que são chamados "cigarrillo" ou "cigarrito", termos que vem da palavra "cigarro", assim chamados devido, provavelmente, à sua forma, parecida com a de uma cigarra.

A partir de meados do século XX, o uso do cigarro espalhou-se por todo o mundo. Essa expansão deu-se, em grande parte, graças ao desenvolvimento da publicidade e marketing. A distribuição gratuita de tabaco para as tropas durante a Primeira Guerra Mundial ajudou a popularizar ainda mais o consumo. Por ter substâncias psicotrópicas, em tempos de guerra e crises económicas o cigarro foi bastante valorizado. Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, um cigarro chegou a valer 400 francos já que eram racionados para os soldados.

A Lei 37/2007, de 14 de Agosto, pôs fim a um percurso que até aparenta pertencer, no mínimo ao século passado, passando a ser proibido em escolas, espaços públicos, repartições, bares,… restaurantes!? Quem não se lembra, mesmo os fumadores, de passar a refeição a fumar (passivamente?!).

A Linha SOS Deixar de Fumar (808 20 88 88), do Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva, também se associou ao Dia Mundial Sem Tabaco, que tem este ano como objectivo a divulgação da «Convenção Quadro da OMS para o Controlo do Tabagismo» (CQCT).

Dotada de medidas fortes e pouco populares em alguns países, a CQCT está em vigor desde 2005, ano em que foi ratificada por Portugal, sendo um documento baseado em estudos que não deixam dúvidas sobre a necessidade destas medidas para proteger e melhorar a saúde pública mundial.

(PL, in Correio do Vouga, 2011.06.01)

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