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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

WikiLeaks e a falta de açúcar

 

Não concordamos com esta, suposta, ameaça à tradição e bons costumes: a falta de açúcar na época de Natal!

A Associação que tutela o mercado de abastecimento (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição –APED) anunciou que durante o fim-de-semana houve uma procura de açúcar muito superior ao normal, o que levou à ruptura de stocks em alguns estabelecimentos comerciais, na sequência das notícias veiculadas na comunicação sociais.

Na época do Natal não é habitual existir uma procura superior ao normal?! O açúcar, nesta altura estará ao mesmo nível, na intensidade de procura, que o bacalhau, não?!

Se a comunicação social enfatizou as coisas, dá ideia que “onde há fumo haverá fogo?!” Nos últimos dias, várias superfícies comerciais estavam a racionar a venda de açúcar – limitando, em alguns casos, a dois pacotes por pessoa. A justificar a situação estará a subida dos preços da matéria-prima nos mercados internacionais, que obrigou à paragem das refinarias em Portugal. E, não tarda, estará aí 2011. Uma oportunidade para, à sombra da contenção, subir os preços?!

O açúcar refinado, em boa verdade, se faltasse uns tempos até nos pouparia uma série de consequências. As mais comezinhas estarão na silhueta e as mais sérias no impacto na saúde! Sem açúcar evitavam-se muitos excessos! Porque até no doce, no que sabe bem ao palato, terá de haver contenção, moderação, método no consumo!

Seja como for, o açúcar está de regresso mas temos um aviso sério na preparação do futuro. Mais e melhor planificação da vida, ajustada às nossas reais potencialidades (sublinhe-se a distinção entre potencialidades e possibilidades. Mesmo que tenhamos possibilidades, o melhor é conter o ímpeto do poder ter!). Em poucos dias, ficamos dependentes dos humores e furores… como o do açúcar!

O caso “wikileaks” oferece uma leitura idêntica. Trata-se de falta de açúcar! Podemos ter, podemos consumir, podemos aceder à informação. Sabemos que alimentar a curiosidade de todo o tipo de curiosos e desmontar uma rede de relações diplomáticas até parece que nos faz falta, em nome da verdade, da transparência, empanturrar o mundo com as fragilidades da vida!

Às vezes querer tudo, saber tudo,… pode matar! Porque, até na doçura da curiosidade “big brotheriana” , terá de haver contenção, moderação, método no consumo!

Expostos à teia que tece o mundo, voltemos aos valores que o Natal ainda acolhe e aconchega!

(PL, in "Correio do Vouga" - 2010.12.15)

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