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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PL, in "Correio do Vouga" - 2010.10.05

100 anos de República

A República terá sido a maior conquista do Século XX Português? - claro, tanto a Primeira como a Terceira Repúblicas!?

Ao visitarmos os espaços da República, as suas ideias e ideais, as práticas, os resultados, o discurso, mesmo o que agora é re-escrito, ganha força a interrogativa inicial.

Nas comemorações do centenário da mudança ainda está muito por mudar, quase tudo por consolidar! É preciso fazer o que ainda não foi feito!

Uma outra “A Portuguesa” tem de ser escrita, reinventada. Apetece trautear Pedro Abrunhosa, olhando para o trajecto republicano português, sabes de mim, eu sou aquele que se esconde. Sabe de ti, sem saber onde. Vamos fazer o que ainda não foi feito. (…) E eu sou mais do que te invento. Tu és um mundo com mundos por dentro. E temos tanto pra contar(…).Porque amanhã é sempre tarde demais.

E pensar que se não fosse a República, seria muito difícil estarem aqui estas linhas…

As conquistas feitas, tanto em 1910 como em 74, quase que se podem resumir a mais liberdade! O que, só por si, é uma marca indelével. Porém, só isso foi insuficiente para ter esperança no futuro e ver cumpridas as promessas dos fundadores da mudança.

A República, sim, a forma de Governo de Estado que somos, mudou há 100 anos. E daí para cá, o Governo teve quase tantos titulares como aniversários! - Não deve ser fácil governar assim!

É caso para entronizar, entre os “nevoeiros” da nossa história, mais este: se há mistérios no mundo, o mistério português é um dos mais ilustrativos. Passados cem anos, ninguém diria que estamos mais velhos, mais sábios, mais… qualquer coisa! Mantemos a mesma tez, a mesma jovialidade, a mesma leviandade dos tempos iniciáticos: pobres, endividados, pouco produtivos.

Custando tanto a mudança, com o intuito de ser mais e melhor, porque é que, no centenário da expressão universal das liberdades, ficamos com o amargo de estarmos na mesma!?

Cuidem-se as feridas: intolerância, sobranceria, despesismo, anarquia.

Potenciemos as virtudes: cidadania, educação, igualdade, justiça (as nossas, como as da Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade).

Vamos fazer o que ainda não foi feito!

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